Um sistema eleitoral duvidoso onde a vontade popular pode ser obliterada. Um processo eleitoral desenhado para promover duas faces da mesma moeda. Um resultado que é decidido pelo 1% que detém a riqueza mundial. Na realidade não falamos de uma democracia, falamos de um espetáculo de luzes onde a política é uma mera nota de rodapé.
A questão que se coloca é: se todos os processos eleitorais realizados em países anti-imperialistas são postos em causa, porque razão não se coloca também em causa um acto eleitoral tão duvidoso como o norte-americano? A resposta é simples: as dúvidas relativamente à transparência não agradam aos donos disto tudo.
Nas eleições americanas a comunicação social dominante não fala da presença ou ausência de observadores, reconhece imediatamente o vencedor e afasta todo e qualquer cenário de suspeita ou fraude eleitoral. Com as eleições americanas não haverão votos de condenação nos parlamentos europeus, não serão atribuídas vitórias a candidatos artificiais, nem serão aplicadas sanções.
Mas façamos o exercício realizado em outros processos eleitorais. Até ver não há actas, todas as sondagens davam um empate técnico ou uma vitória tangencial a Kamala Harris e, como tal, não há condições para afirmar que Donald Trump é o novo presidente americano. Neste sentido, podemos, naturalmente, dizer que o presidente é Robert F. Kennedy Jr.. Quem? Não interessa. Neste tipo de exercícios isso nunca interessou.
Em horas infindáveis de directos televisivos, de comentários requentados, de análises ocas, de especialistas especializados em especialidades de ocasião, não há espaço para colocar em causa a plutocracia americana. Só há espaço para a vassalagem típica de um país subjugado onde o «s» de «soberania» foi substituído pelo cifrão do dólar («$»).
É no contraste da realidade que se vê a hipocrisia do imperialismo.
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui