O acordo alcançado entre Israel e o movimento de resistência Hamas, com mediação do Egipto e do coordenador especial da ONU para o processo de paz no Médio Oriente, Nickolay Mladenov, manteve-se em vigor ao longo desta sexta-feira, apesar de um representante das autoridades israelitas ter negado a sua existência.
Uma fonte palestiniana não identificada disse à Reuters que «o esforço do Egipto tinha conseguido repor a calma entre facções palestinianas e Israel», permitindo «pôr fim à actual escalada». Acrescentou que os palestinianos respeitarão as tréguas enquanto Israel o fizer.
Antes, um representante do Hamas já tinha dado a entender que as negociações para se chegar a uma trégua estavam «em fase adiantada», tendo afirmado que o movimento de resistência iria insistir no levantamento do bloqueio israelita contra o território cercado como parte de quaisquer negociações com Telavive, informa a PressTV.
A trégua segue-se a dois dias de intensos bombardeamentos por parte das forças israelitas sobre a Faixa de Gaza, em que foram atingidos 150 locais e em que três pessoas foram mortas, incluindo uma mulher grávida e a sua filha de 18 meses.
Um dos edifícios atingidos pelos bombardeamentos albergava um centro cultural, na Cidade de Gaza. Pelo menos 18 pessoas ficaram feridas no ataque.
Israel justificou a intensa campanha de ataques com o facto de, entre terça e quinta-feira, as forças de resistência palestiniana terem lançado cerca de 200 foguetes para Israel.
O Hamas e outras facções palestinianas não negaram a reponsabilidade no lançamento dos rockets, incluindo um de longo alcance, para território israelita, mas sublinharam que tal era uma retaliação pelo assassinato de dois membros das Brigadas Ezzedine al-Qassam, na terça-feira passada, por tanques israelitas.
Bloqueio, falta de combustíveis e situação alarmante
O combustível destinado às instalações de saúde, água e saneamento em Gaza está quase esgotar-se, colocando a população palestiniana em enorme risco, alertou o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA, na sigla em inglês).
Todas estas instalações dependem de combustível de emergência para alimentar os geradores de apoio que ajudam a paliar a crise energética em grande medida criada pelo bloqueio de Israel, referiu ontem o organismo das Nações Unidas.
A UNOCHA estima que seja necessário entregar, rapidamente, pelo menos 60 mil litros de combustível de emergência a 47 instalações de saneamento, de distribuição de água e de saúde para que estas possam funcionar minimanente nos próximos quatro dias.
A escassez de combustíveis em Gaza fica a dever-se às restrições impostas à sua entrada no território por Israel e que aumentaram na semana passada.
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