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ANC e CUP pedem a Puigdemont que proclame a república catalã

Na linha do comunicado emitido pela Assembleia Nacional Catalã (ANC), a CUP enviou esta sexta-feira uma carta ao presidente da Generalitat instando-o a levantar a suspensão da declaração da independência da Catalunha.

Manifestação a favor da independência da Catalunha
Créditos / euskararenjatorria.net

Na missiva enviada esta manhã a Carles Puigdemont, a Candidatura de Unidade Popular (CUP) considera que não existe esperança de «mediação internacional», depois de a comunidade internacional ter tolerado os enormes contingentes policiais e militares enviados para o território autonómico e as graves acusações judiciais contra independentistas, para além de se ter mantido impassível perante as cargas policiais e militares que tentaram impedir milhares de pessoas de votar no referendo de dia 1 de Outubro, provocando cerca de 900 feridos.

Neste sentido, a força política independentista, com assento no Parlamento regional, defende que Carles Puigdemont deve proclamar a república catalã. Só dessa forma se pode esperar que a intervenção de actores internacionais ocorra tendo por base o reconhecimento da Catalunha como sujeito político de facto.

«Se querem continuar a aplicar o previsto no artigo 155.º da Constituição espanhola, então façam-no com a república já proclamada», prossegue a carta, que defende que a resposta ao requerimento do primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, se deve situar em parâmetros de de defesa do exercício do direito de autodeterminação.

A CUP alude, neste passo, ao requerimento que Rajoy enviou ao presidente da Generalitat (governo catalão) na passada quarta-feira, no qual lhe dá um prazo de cinco dias (até dia 16) para que confirme se, no dia anterior, declarou a independência da Catalunha no Parlamento autonómico.

A missiva segue a mesma linha do comunicado ontem emitido pela Assembleia Nacional Catalã, após a realização de uma reunião extraordinária, no qual se sublinha que «não faz qualquer sentido manter suspensa a declaração da independência», tendo em conta «a recusa do Estado a qualquer proposta de diálogo».

Para a CUP, responder ao requerimento de qualquer outro modo significaria «apoiar todas e cada uma das suas ameaças, o seu desprezo e a sua repressão», bem como «regressar à legalidade constitucional espanhola» com a qual a maioria dos catalães decidiu romper.

«Ficar imóveis perante as suas ameaças, as suas negações e a sua autoridade não nos permitirá existir como povo, não nos permitirá governar-mo-nos, nem avançar na consecução de mais direitos e liberdades», defende a CUP na carta enviada.

No final, sublinha que a república catalã «poderá continuar sem apoios internacionais, sem grandes riquezas naturais ou sem apoios de poderes económicos», mas terá o apoio do povo.

«O inimigo é maior se se olha de joelhos. Somos tão grandes quanto o inimigo que decidimos enfrentar», conclui.

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