Num comunicado hoje emitido, a Organização da Aviação Civil do Irão afirmou que irá «perseguir seriamente» o acosso, por parte dos caças norte-americanos, do voo 1152 da Mahan Air no espaço aéreo da Síria, esta quinta-feira.
O organismo iraniano instou a Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO, na sigla em inglês) a abordar imediatamente a questão, que é «uma clara violação do direito internacional e das normas e padrões da aviação», refere a PressTV.
A vice-presidente iraniana para Questões Jurídicas, Laya Joneidi, disse também esta sexta-feira que o acosso a um avião de passageiros num terceiro país constitui uma violação flagrante da segurança da aviação, bem como uma quebra do princípio de liberdade de voo da aviação civil.
A acção dos caças norte-americanos viola ainda o artigo 3.º e o artigo 44.º da Convenção de Chicago (1944) e a Convenção de Montreal, de 1971, defendeu a advogada, que acusou a administração dos EUA de ser responsável pelas manobras perigosas dos caças, que o Irão pode perseguir judicialmente no Conselho da ICAO e no Tribunal Internacional de Justiça.
Por seu lado, o ministro iraniano das Estradas e do Desenvolvimento Urbano, Mohammad Eslami, descreveu a intervenção dos caças norte-americanos como um «acto de terrorismo», e instou a comunidade internacional a condenar a manobra «venenosa».
«O nosso avião de passangeiros seguia na rota e no corredor dos voos comerciais internacionais, e a manobra ameaçadora dos caças americanos foi ilegal e desumana», disse, tendo ainda pedido aos governos do Líbano e da Síria para apresentarem queixa contra Washington na ICAO.
Manobra perigosa e agressiva nos céus da Síria
Na quinta-feira, vários passageiros que seguiam no voo 1152 da empresa iraniana Mahan Air, com destino a Beirute, ficaram feridos depois de dois aviões de combate dos EUA terem realizado «manobras perigosas e agressivas» nos céus da Síria, sobre a região de al-Tanf – onde as tropas dos EUA têm uma base ilegal.
Na sequência da abordagem dos caças, o piloto do avião, que havia partido de Teerão, foi obrigado a mudar bruscamente de altitude, voando baixo.
Em resposta às acusações relacionadas com a abordagem – de que existem gravações – o Comando Central dos EUA afirmou que um único F-15 fez uma «inspecção visual» do avião comercial iraniano, «de acordo com os padrões internacionais... para garantir a segurança das tropas da coligação» que opera ilegalmente na Síria e ocupa uma base militar na região de al-Tanf, junto à fronteira da Síria com a Jordânia e o Iraque.
«Uma vez que o piloto do F-15 identificou o avião como sendo o avião de passageiros da Mahan Air, o F-15 colocou-se a uma distância segura», disse o Comando, citado pela PressTV.
Sem qualquer autorização de Damasco, as tropas dos EUA têm estado a intervir no país árabe desde 2014, alegando estar a combater o Daesh. Seis anos volvidos, a ocupação de território sírio, a violação da sua soberania e o saque dos seus recursos por parte dos EUA prossegue, com ajuda de grupos terroristas, de amigos sionistas, companheiros da NATO e de aliados curdos de ocasião.
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