O anúncio da mobilização foi feito esta quarta-feira pelo porta-voz da Alba Movimentos, Manuel Bertoldi, no encerramento do encontro que, desde domingo, juntou mais de 400 delegados de perto de 90 países em solidariedade com a Venezuela. «Trabalhámos durante três dias e reafirmámos o nosso compromisso com o povo venezuelano e com a Revolução Bolivariana», disse à imprensa, citado pela AVN.
Bertoldi explicou que a iniciativa da mobilização resulta do plano de acção desenvolvido durante a Assembleia Internacional dos Povos (AIP), visando expor perante o mundo a realidade venezuelana, «para que os povos do mundo se mobilizem contra a guerra e a ingerência dos EUA em território venezuelano e para que, fundamentalmente, blindemos os nossos continentes como território de paz», disse.
A sessão de encerramento da API, no Hotel Alba Caracas, ficou marcada pela leitura de um documento final ou manifesto que reúne as ideias que brotaram dos debates realizados desde domingo pelos mais de 400 delegados, pertencentes a diversas organizações sociais e partidos políticos dos cinco continentes.
No dia anterior, no Teatro Teresa Carreño, também em Caracas, o presidente da República, Nicolás Maduro, participou num acto com os delegados à AIP, tendo agradecido a solidariedade para com o seu país e a Revolução Bolivariana, e exposto detalhes sobre o que se passou no dia 23 na fronteira com a Colômbia.
«No sábado, dia 23 de Fevereiro, a Venezuela sofreu uma agressão por parte do governo colombiano nas pontes fronteiriças do estado de Táchira. Uma agressão que viola o direito internacional, que viola os acordos de integração binacionais, que viola o espírito de convivência e irmandande do povo da Colômbia e da Venezuela», denunciou, citado pelo Brasil de Fato.
A AIP exige o fim do bloqueio económico
Na declaração lida no final da reunião, afirma-se que o novo plano intervencionista «se expressa nas pressões externas promovidas a partir de instâncias ad hoc, como o chamado Grupo de Lima, que pretendem instaurar um autoritário golpe de Estado e não reconhecer as instituições democráticas venezuelanas».
O manifesto sublinha que «a Revolução Bolivariana avança num processo e proposta de transformação profunda, assente numa democracia participativa, centrada nos interesses populares», e que «o imperialismo norte-americano […] está determinado a derrubar este processo para assumir o controlo das riquezas naturais» do país.
Para esse efeito, afirma-se, «os Estados Unidos lançaram todas as estratégias de guerra, tentaram todas as tácticas possíveis: golpes de Estado, terrorismo, especulação financeira, bloqueio económico e inflação induzida».
A AIP exigiu o fim do bloqueio económico imposto à Venezuela, que «inflige sofrimento ao povo, atenta contra o projecto económico-produtivo e as políticas redistributivas», tendo já custado à Venezuela «mais de 30 mil milhões de dólares», e defendeu o direito do país caribenho a «organizar o seu modelo económico e a gerir os seus recursos naturais sob critérios de soberania».
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