Os sauditas levaram a cabo mais de 70 ataques aéreos nas últimas horas. Ontem à noite, voltaram a violar o cessar-fogo na cidade costeira de Hudaydah, atingindo uma torre de telecomunicações e bairros residenciais, onde faleceram pelo menos seis pessoas, três delas crianças, e outras 18 ficaram feridas.
Ali al-Ahdal, director provincial da Saúde, disse ao canal iemenita al-Masirah que um edifício de três andares foi arrasado no ataque. As autoridades da estratégica cidade portuária, localizada cerca de 140 km a sudoeste da capital, Saná, continuam à procura de sobreviventes nos escombros.
Em Saada, no Noroeste do país, a aviação saudita atacou um centro de detenção temporário, provocando elevado número de vítimas. «Os hospitais estão cheios de mortos e feridos, e precisamos desesperadamente de medicamentos e de equipamento médico», disse o governador de Saada, Mohammed Jaber Awad, à al-Masirah.
O canal iemenita aponta para 180 vítimas mortais, enquanto o correspondentes da Al Mayadeen confirmou a existência, até ao momento, de 62 mortos e 120 feridos, referindo que o número de mortos aumenta à medida que as equipas de socorro efectuam buscas nos escombros.
A coligação liderada pelos sauditas intensificou os bombardeamentos no Iémen desde terça-feira, depois de as forças iemenitas terem lançado um ataque com mísseis e drones contra «infra-estruturas estratégicas» nos Emirados Árabes Unidos.
«Desespero da coligação saudita»
Mohammed Ali al-Houthi, membro do Conselho Político Supremo do Iémen, afirmou que os ataques a zonas residenciais de Hudaydah são um «crime de guerra».
O ataque de retaliação levado a cabo pela Arábia Saudita esta madrugada parece ser o mais mortífero desde 2019 na capital do Iémen, tendo provocado cerca de duas dezenas de mortos. Uma das zonas atingidas pela aviação saudita foi o bairro residencial de Al-Libi, em Saná, onde esta manhã o número de vítimas mortais ascendia a 23, segundo o correspondente no local da Al Mayadeen. Por seu lado, a cadeia de TV iemenita al-Masirah refere que várias casas foram destruídas ou ficaram danificadas e que prossegue a busca por sobreviventes no meio dos destroços. Até ao momento, há registo de uma dezena de feridos. Nas últimas 24 horas, a aviação da coligação militar liderada pelos sauditas levou a cabo mais de meia centena de raides em várias zonas da capital e províncias iemenitas, segundo a mesma fonte. Em comunicado, citado pelo canal libanês Al Mayadeen, a coligação referiu que os ataques aéreos sobre Saná, levados a cabo ontem à noite e hoje de madrugada, surgem como «resposta à ameaça e são dedicados à necessidade militar», acrescentando que «a situação no terreno requer ataques contínuos em resposta à ameaça». Tudo parece indicar que os intensos bombardeamentos desta noite são um acto de retaliação pelo ataque que o Exército iemenita lançou, ontem, contra «infra-estruturas estratégicas» nos Emirados Árabes Unidos (EAU), em virtude do seu papel na guerra de agressão contra o Iémen. De acordo com as autoridades emiradenses, os ataques levados a cabo com mísseis e drones atingiram as instalações da empresa petrolífera nacional na zona industrial de al-Musaffah e uma zona de construção perto do Aeroporto Internacional de Abu Dhabi, provocando três mortos – um cidadão paquistanês e dois de nacionalidade indiana – e seis feridos. O Departamento de Estado dos EUA aprovou o primeiro grande negócio de venda de armas aos sauditas na administração de Biden, algo que pode revelar a intenção de Riade de prolongar a agressão ao Iémen. Num comunicado emitido quinta-feira passada, o Pentágono deu conta da aprovação, pelo Departamento de Estado norte-americano, da venda de 280 mísseis ar-ar à Arábia Saudita, no valor de 650 milhões de dólares, para que Riade pudesse fazer frente a ameaças actuais e futuras. Para o académico norte-americano Richard Falk, especialista em direito internacional e relações internacionais, o primeiro grande negócio de vendas de armas da era Biden aos sauditas, «os chamados mísseis defensivos ar-ar», constitui «um sinal preocupante das intenções sauditas de prosseguimento das suas políticas cruéis de devastação do Iémen». Numa entrevista à PressTV, Falk, que foi professor na Universidade de Princeton durante mais de três décadas, afirmou que «a posse de uma defesa anti-mísseis mais segura permite aos sauditas continuarem a sua intervenção armada no Iémen, e possivelmente noutros locais, com menor temor de ataques de retaliação». Richard Falk destacou as «relações especiais» entre Washington e Riade, afirmando que os EUA procuram defender os interesses sauditas e desviar as críticas que são dirigidas a Riade nas Nações Unidas. «Os Estados Unidos estão a usar a sua influência geopolítica para proteger a Arábia Saudita da crítica na ONU e noutros lugares, gozando novamente com os compromissos colectivos de segurança e com a proibição incondicional da Carta das Nações Unidas do uso de força não defensiva. Estas relações especiais deixam claro que as relações internacionais continuam a ser moldadas pela primazia da geopolítica e não pelas normas internacionais», disse o académico. Um relatório recente revelou que os EUA foram responsáveis por mais de um terço da venda de armamento a nível mundial nos últimos cinco anos, enquanto os sauditas foram os que mais importaram. As exportações de armas que tiveram como origem os EUA, entre 2016 e 2020, representaram 37% de todos os negócios registados pelo Instituto Internacional de Estudos para a Paz de Estocolmo (SIPRI, na sigla em inglês). Metade das exportações norte-americanas de armamento teve como destino o Médio Oriente, e a Arábia Saudita foi de longe o principal parceiro de negócio no período referido, representando quase um quarto de todas as vendas dos EUA (24%). O instituto sediado em Estocolmo afirma que, entre 2016 e 2020, as exportações de armas dos EUA aumentaram 15% em comparação com o período 2011-2015. A Rússia foi o segundo maior exportador de armas a nível global, representando um quinto do total de exportações registadas (com menos 22% de vendas que no período 2011-2015). Várias empresas francesas especializadas em treino militar participam na formação de oficiais sauditas e nunca deixaram de o fazer desde o início da guerra de agressão ao Iémen, revela uma reportagem. A notícia foi divulgada esta segunda-feira no portal da cadeia iemenita al-Masirah, que cita uma reportagem realizada conjuntamente pelos órgãos Lighthouse Reports, Arte e Mediapart, em parceria com o EUobserver. De acordo com a investigação, o DCI Groupe, detido maioritariamente pelo Estado francês, está a dar treino de artilharia a membros da Guarda Nacional da Arábia Saudita numa escola militar em Draguignan, no Sudeste de França. As mesmas fontes revelam que a multinacional francesa Thales Group e a filial francesa da RUAG, com sede na Suíça, estão envolvidas no treino de tropas sauditas, facultando-lhes o equipamento de simulação necessário à operação do sistema de artilharia Caesar, desenvolvido pela França, e que pode atingir quase meio milhão de iemenitas. A al-Masirah refere ainda uma reportagem do meio de comunicação Disclose, de acordo com a qual um cargueiro deverá carregar munições para o sistema Caesar. O mesmo órgão revelou que a França irá entregar mais de cem caesars à Arábia Saudita até 2023. Este sistema de artilharia é produzido pela Nexter Systems, uma empresa estatal francesa de fabrico de armamento. No final de 2018, 48 destes sistemas móveis estavam posicionados na fronteira da Arábia Saudita com o Iémen. A reportagem refere que um documento interno filtrado pela agência militar francesa de inteligência – DRM – já então alertava para os riscos que os Caesars representavam para a população civil no Iémen. «A população abrangida por potencial fogo de artilharia: 436 370 pessoas», referiu o documento, datado de 25 de Setembro de 2018. O mesmo documento dizia que os Caesars também desempenham um papel no apoio às «tropas lealistas e Forças Armadas sauditas no seu avanço em território iemenita». No ano seguinte, o fogo da artilharia das forças da coligação liderada pelos sauditas atingiu um mercado iemenita perto da fronteira, provocando a morte a 89 civis. Em Setembro, o Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas, debruçando-se sobre o Iémen, sublinhou que a venda de armamento apenas serve para perpetuar o conflito. «Se não fosse o negócio das armas, a guerra não se prolongaria como está a acontecer, a guerra não continuaria a destruir o povo do Iémen como o tem feito», disse Ardi Imseis, um dos autores da reportagem. A comunicação social britânica já tinha revelado informações semelhantes sobre a ampla participação de empresas do Reino Unido na monitorização dos ataques aéreos e na preparação de aviões, armas e munições da coligação invasora, refere a al-Masirah, notando que o mesmo é válido para os EUA, cujo envolvimento se tornou público e documentado. Para a cadeia iemenita, esta reportagem vem confirmar que a «coligação» liderada pelos sauditas foi desde o início uma fachada para as potências ocidentais, que dirigem as operações que atingem o Iémen. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. A França, com 8% das vendas, é o terceiro maior exportador. Seguem-se a Alemanha (5,5%) e a China (5,2%), para fechar a lista dos cinco países que mais armas venderam entre 2016 e 2020. Na parte inferior do «top dez» situam-se Reino Unido, Espanha, Israel, Coreia do Sul e Itália. O SIPRI nota que, por comparação com 2011-2015, os últimos cinco anos registaram um pequeno decréscimo no volume de vendas de armamento (menos 0,5%), pondo fim a mais de uma década de aumentos sucessivos. Foi a primeira vez desde o período 2001-2005 que o volume de trocas de armas entre países – um indicador da procura – não registou um aumento por comparação com o período anterior de cinco anos. Os países do Médio Oriente registaram o maior aumento de importações de armas a nível mundial entre 2016 e 2020, importando mais 25% que nos cinco anos anteriores. Arábia Saudita (61%), Egipto (136%) e Catar (361%) registam os maiores aumentos. Quatro dos dez maiores importadores de armas são desta região, que representa 33% das importações a nível global: aos três países referidos juntam-se os Emirados Árabes Unidos. Só a Arábia Saudita representa 11% de todo o volume de armas importadas mundialmente nestes cinco anos. A coligação liderada pelos sauditas recorreu a bombas de fragmentação de fabrico diverso ao longo da guerra de agressão contra o Iémen, desde 2015, provocando centenas de vítimas civis. «As informações e os dados que temos mostram que foram utilizados oito tipos de bombas de fragmentação, de fabrico norte-americano, britânico e brasileiro, durante a guerra no Iémen», revelou Ali Sofra, director-geral do Centro Executivo de Desminagem do Iémen, informaram este domingo os canais de notícias al-Maloumeh e al-Masirah. O responsável precisou que a Arábia Saudita e os seus aliados lançaram 3179 bombas de fragmentação no Iémen desde o início da campanha de agressão, em Março de 2015, e que as vítimas civis, na sua maioria mulheres e crianças, são mais de mil. Muitas delas perderam a vida quando se encontravam em campos agrícolas e áreas de pasto. «A monarquia árabe utilizou esse armamento, cujos efeitos são intrinsecamente indiscriminados, nos ataques aéreos que levou a cabo nas províncias de Saada, Saná, Hajjah, Hudayda, Jawf, Amran, Taizz, Dhamar e Mahwit», disse ainda Sofra, citado pela HispanTV. Em Junho do ano passado, o Ministério iemenita dos Direitos Humanos alertou para os riscos que este tipo de armamento colocava à população civil, uma vez que é pouco preciso, abrange extensas áreas e constitui um perigo mortal para os civis mesmo depois de terminado o conflito. O Ministério acusou então a coligação liderada pela Arábia saudita de ter usado milhares de bombas de fragmentação em áreas residenciais, provocando inúmeras vítimas mortais. A Organização das Nações Unidas (ONU) condenou a utilização destas munições no Iémen, considerando que se trata de «um crime de guerra». Em 2010 entrou em vigor a Convenção contra as Bombas de Fragmentação, que havia sido assinada dois anos antes por mais de uma centena de países. Num tweet publicado esta segunda-feira, Ali Sofra criticou as organizações internacionais e de direitos humanos por evitarem falar sobre a existência de ataques aéreos e a utilização de bombas de fragmentação no Iémen. «Quaisquer vítimas de bombas de fragmentação no Iémen não são referidas nos seus relatórios anuais humanitários e de direitos humanos», escreveu, citado pela PressTV. Joe Biden, o presidente recentemente empossado dos EUA, um dos grandes fornecedores de armamento à coligação liderada pelos sauditas e um dos principais envolvidos no Ocidente, juntamente com o Reino Unido, na guerra de agressão ao Iémen, anunciou na quarta-feira da semana passada o congelamento da venda de armas à Arábia Saudita e aos Emirados Árabes Unidos, cujo volume de negócio tinha incrementado fortemente sob os auspícios de Donald Trump. Na sexta-feira, a Itália – um de vários países ocidentais envolvidos na venda de armas à Arábia Saudita e que muito lucram com a guerra de agressão ao Iémen – anunciou o fim da exportação de armamento à Arábia Saudita e e aos Emirados Árabes Unidos. Luigi Di Maio afirmou que se tratava de um «acto necessário», de uma «clara mensagem de paz do nosso país» e que, para a Itália, o «respeito pelos direitos humanos é um compromisso inquebrável». Se for para valer, mais vale tarde que nunca. A guerra e o martírio do povo iemenita começaram há seis anos. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Os EUA foram responsáveis por mais de metade das armas exportadas para a região (52%), seguindo-se a Rússia (13%) e a França (12%). A região do mundo que mais armas importou foi a Ásia e Oceânia (42%). Índia, Austrália, China, Coreia do Sul e Paquistão foram os países que mais armas importaram na região. O SIPRI afirma que é cedo para dizer se uma recessão associada à pandemia de Covid-19 pode fazer abrandar os negócios de armas. «O impacto económico da Covid-19 podia levar alguns países a diminuir as importações de armas nos próximos anos. No entanto, ao mesmo tempo, mesmo no auge da pandemia, em 2020, vários países assinaram grandes contratos de armamento», releva o SIPRI. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Questionado sobre se este negócio «é consistente com a promessa do governo dos EUA de liderar a diplomacia com vista a pôr fim ao conflito no Iémen», Falk respondeu que não, rejeitando a declaração como uma alegação «falsa». «Esta é uma afirmação claramente falsa», acusou, acrescentando que os mísseis ar-ar protegem o espaço político nacional saudita, dando ao reino a liberdade de fazer a guerra fora de seu território com expectativas substancialmente reduzidas de ver o seu país atacado. «Por outras palavras, o objectivo do armamento defensivo é muitas vezes isolar a guerra ofensiva da retaliação e, dado o historial saudita, esse parece ser o caso», frisou Richard Falk. «Tal militarismo parece fazer aumentar a capacidade de combate da Arábia Saudita e não apresenta nenhum incentivo para acabar com o conflito no Iémen pela via diplomática. Se a intenção fosse uma mudança no sentido da diplomacia, poderia ter sido sinalizada oferecendo às forças opositoras iemenitas capacidades militares equivalentes ou condicionando a venda dos mísseis a um esforço de boa-fé para resolver o conflito através de negociações. Não houve nenhum esforço tangível ou credível nessa direcção», acrescentou. O académico norte-americano criticou a incapacidade da ONU para pôr fim ao conflito no Iémen, afirmando que «estamos a assistir a mais um caso em que a ONU e a segurança internacional são incapazes face aos alinhamentos geopolíticos que se dedicam a encontrar soluções militares para conflitos políticos». «Nesta perspectiva, não há um ponto final à vista para o conflito e o sofrimento humano no Iémen, e é provável que não surja nenhum, a não ser que a Arábia Saudita se sinta ameaçada por outras fontes ou enfrente pressões internas significativas. A morte dos iemenitas, infelizmente, não faz parte dos cálculos políticos realizados pelos cínicos criadores dos objectivos da política externa de Riade», sublinhou. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Numa declaração realizada ontem à noite, Yahya Saree, porta-voz das Forças Armadas do Iémen, afirmou que se tratou de uma «operação qualitativa […] em resposta à escalada de agressão contra o país». O militar iemenita pediu às empresas e aos cidadãos estrangeiros, bem como aos residentes no «Estado inimigo dos Emirados» que «permaneçam longe de instalações vitais», tendo em conta que «os EAU são um Estado inseguro enquanto prosseguir a escalada de agressão contra o Iémen». No passado dia 3, Yahya Saree informou que as tropas iemenitas e combatentes dos comités populares tinham conseguido apreender um navio de bandeira iemenita ao largo do porto de Hudaydah, transportando diverso material militar. Hussein al-Azi, vice-ministro dos Negócios Estrangeiros do Governo de Salvação Nacional do Iémen, destacou que o navio não trazia «tâmaras ou brinquedos», mas «armas destinadas a grupos extremistas que põem em risco a vida de cidadãos comuns». Numa declaração efectuada ontem à tarde, Jake Sullivan, Conselheiro de Segurança Nacional dos EUA – um dos países ocidentais mais envolvidos na guerra de agressão ao Iémen desde Março de 2015 – classificou os ataques a Abu Dhabi como «terroristas». Sublinhando que o compromisso dos EUA com a segurança dos EAU é «inabalável», prometeu trabalhar no sentido de «responsabilizar» os Hutis, que assumiram a autoria do ataque. 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Não há «incentivo para a via diplomática»
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Por seu lado, o governador da província de Hudaydah, Muhammad Ayyash Qahim, destacou que estes ataques evidenciam o nível de «desespero e frustração» da coligação saudita.
«Os Emirados Árabes Unidos, a Arábia Saudita e os seus mercenários serão responsabilizados pelos crimes que perpetraram contra cidadãos comuns», disse, citado pela PressTV.
Esta quinta-feira, o secretário-geral das Nações Unidas reiterou «o apelo às partes para que exerçam a máxima contenção e evitem qualquer escalada, por entre o aumento das tensões na região, bem como para que respeitem as suas obrigações ao abrigo do direito humanitário internacional».
Guerra de agressão há quase sete anos
A Arábia Saudita, com o apoio dos EUA, do Reino Unido e de outras potências ocidentais e regionais, lançou, em Março de 2015, uma grande campanha militar de agressão contra o Iémen, tendo como objectivo declarado suprimir a resistência do movimento Huti Ansarullah e recolocar no poder o antigo presidente Abd Rabbuh Mansur Hadi, aliado de Riade, sem sucesso.
A agressão militar provocou milhares de mortos, feridos e deslocados, destruiu as infra-estruturas do mais pobre dos países árabes e esteve na origem da mais grave crise humanitária dos tempos modernos, segundo as Nações Unidas.
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