No domingo passado, em cartas enviadas às Nações Unidas, o Ministério sírio dos Negócios Estrangeiros denunciou o bombardeamento que, na sexta-feira anterior, provocou 26 vítimas mortais na aldeia de Hajin, localizada junto ao rio Eufrates, a sudeste de Deir ez-Zor e não muito longe da localidade al-Shafa, que foi atacada esta segunda-feira.
O ataque a al-Shafa levado a cabo pelos aviões da chamada coligação internacional foi definido pela agência SANA como um «massacre», tendo provocado «mais de 60 mortos e feridos» entre a população civil.
De acordo com fontes militares, Hajin e al-Shafa, já perto da fronteira com o Iraque, ficam numa zona onde se encontram membros do Daesh, grupo terrorista também conhecido como Estado Islâmico.
No entanto, as autoridades sírias têm repetidamente acusado a aliança militar liderada por Washington de fazer vista grossa às acções do Daesh e de, a coberto de uma pretensa luta contra o terrorismo, estar a massacrar civis e a provocar o êxodo da população na província de Deir ez-Zor.
A localidade de Hajin tem sido alvo de intensos bombardeamentos, reiteradamente denunciados pelas autoridades sírias, que também acusam os EUA de recorrerem a munições com fósforo branco, banidas internacionalmente.
Tendo documentado, pelo menos, um ataque com bombas incendiárias de fósforo branco a Hajin, perpetrado a 8 de Setembro deste ano, também Moscovo fez saber que irá exigir uma investigação internacional sobre os bombardeamentos com fósforo branco, levados a cabo pelos norte-americanos, em várias partes da província de Deir ez-Zor.
Aliança «ilegítima»
Ao intervir na 73.ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, no dia 29 de Setembro, o ministro sírio dos Negócios Estrangeiros, Walid al-Muallem acusou a coligação liderada pelos EUA de, desde que iniciou a campanha de bombardeamentos na Síria, ter feito tudo o que podia menos combater o terrorismo.
Muallem classificou a aliança militar como «ilegítima» e criticou as «políticas hegemónicas» de alguns países relativamente ao governo de Damasco.
Com o argumento de combater o Daesh, a coligação referida opera em território sírio desde Setembro de 2014, sem autorização do governo sírio e sem um mandato das Nações Unidas.
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