«Para a Comissão Mista [Intergovernamental de Integração] que terá lugar em Abril, delineámos já áreas de trabalho que têm a ver com as questões energética, comercial, económica, de ligação aérea, migratória e consular, social e da ciência e tecnologia», disse o diplomata venezuelano Yván Gil Pinto em declarações à Prensa Latina.
Responsáveis de ambos os países sul-americanos já realizaram 57 reuniões para preparar o encontro da Comissão Mista Bolívia-Venezuela, em Abril, e, durante esta visita oficial, as delegações voltaram a juntar-se para debater a «agenda conjunta», com os olhos postos em 14 potenciais acordos.
A este propósito, Gil Pinto disse que, nos encontros que manteve com o seu homólogo boliviano, Rogelio Mayta, foram identificadas «áreas sensíveis, concretas, onde já existem agentes e responsáveis, as empresas, as instituições», tendo a certeza de que vão chegar a Abril com projectos prometedores para materializar nos próximos anos.
Fazendo um balanço da visita, considerou-a «muito positiva» porque, de forma directa, pôde manifestar «o interesse, o amor, a proximidade que existem entre os povos e os governos do Estado Plurinacional da Bolívia e a República Bolivariana da Venezuela».
«Os presidentes Luis Arce e Nicolás Maduro forjaram não só uma amizade, mas também uma aliança sólida, capaz de apresentar projectos produtivos, económicos, sociais, de relacionamento, que foi o que analisámos nos dois dias de intensa e bem-sucedida visita», frisou.
Unidade latino-americana para derrotar a Doutrina Monroe
A Prensa Latina questionou Yván Gil Pinto sobre as declarações recentes da general norte-americana Laura Richardson, chefe do Comando Sul dos Estados Unidos, sobre a Nossa América.
Recorde-se que, ao intervir no Atlantic Council, em Washington, a alta funcionária do Pentágono afirmou que a América Latina interessa aos Estados Unidos como parte da sua segurança nacional, e, referindo-se aos negócios que os países latino-americanos mantêm com a China, deixou claras as ambições de Washington sobre os hidrocarbonetos, os recursos minerais, aquíferos e outros da região.
A este respeito, Gil disse à Prensa Latina que, a 200 anos da Doutrina Monroe, «a única forma de a derrotar é através da unidade latino-americana».
«Somos bolivarianos, e o Libertador alertou então e para todos os tempos que os Estados Unidos parecem destinados pela providência a espalhar a fome e miséria pela Nossa América em nome da liberdade», disse.
«Isso fica agora evidente quando os funcionários norte-americanos do mais alto nível e do modo mais descarado ousam apropriar-se dos recursos naturais e da força de trabalho da nossa região», acrescentou.
O diplomata venezuelano insistiu que a única forma de enfrentar e vencer essas pretensões é através da construção de um mecanismo de solidariedade entre «os nossos países», e um mecanismo de trabalho de verdadeira união latino-americana.
Os países da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América – Tratado de Comércio dos Povos (ALBA-TCP) decidiram avançar com estratégias de renovação mediática e reforço da voz do bloco. Os participantes na reunião das altas autoridades da Área da Comunicação e Informação do organismo destacaram a necessidade de renovar a política comunicacional com vista ao fortalecimento da presença e da voz do bloco regional. Ministros, jornalistas e comunicadores, informa a Prensa Latina, aprovaram uma acta final que tem como uma das suas decisões reforçar a transmissão do sinal do canal internacional TeleSur em todos os estados-membros do mecanismo integracionista. No encontro virtual, que ontem teve lugar, os participantes condenaram o recurso à censura de informações oficiais nas redes sociais e anunciaram que vão lutar conjuntamente contra as distorções propaladas por meios de comunicação dominantes contra os países em desenvolvimento. Com base na solidariedade e na unidade, a Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América – Tratado de Comércio dos Povos (ALBA-TCP) reforça os mecanismos de cooperação para enfrentar a Covid-19. O Conselho Social da ALBA-TCP realizou esta terça-feira uma reunião especial, por videoconferência, destinada a coordenar esforços dos países-membros e a promover o intercâmbio de boas práticas relacionadas com o reforço dos sistemas públicos de saúde, bem como a garantir o acesso dos países do bloco aos tratamentos contra a Covid-19. Tendo em conta os desafios colocados aos países da região pela pandemia, o mecanismo de integração regional decidiu criar um fundo humanitário para constituir um banco de vacinas e medicamentos, uma iniciativa que tinha surgido na cimeira de alto nivel do organismo realizada em meados de Dezembro último. Neste sentido – informa a Prensa Latina –, o presidente do Banco da ALBA, Raúl Li Causi, anunciou a disponibilidade de linhas de financiamento na ordem dos dois milhões de dólares para promover projectos de saúde. Numa fase inicial, a entidade financeira atribuirá um milhão de dólares aos estados insulares das Caraíbas Orientais que integram a ALBA-TCP, para que possam concluir negociações iniciadas com empresas e países visando a aquisição de vacinas contra a Covid-19. Numa segunda etapa, a instituição bancária colocará um milhão de dólares à disposição do banco de vacinas e medicamentos, de modo a garantir o acesso a material médico e testes de diagnóstico, refere a agência cubana. Para além disso, a Venezuela pôs à disposição do bloco a sua capacidade de produção com vista à criação de vacinas, além de coordenar a activação de uma ponte aérea através da linha nacional Conviasa para o transporte de antídotos, tratamentos, material médico e pessoal da saúde. No final do encontro, o ministro venezuelano dos Negócios Estrangeiros, Jorge Arreaza, instou os países a coordenarem as suas capacidades nacionais em prol do bem-estar dos povos latino-americanos e caribenhos. Por seu lado, o secretário-executivo da ALBA-TCP, Sacha Llorenti, defendeu o reforço da integração e da cooperação na luta contra a pandemia, e questionou os mecanismos adoptados por um grupo de países para fazer frente à Covid-19, na medida em que prevaleceram atitudes ditadas pelo neoliberalismo e os interesses do mercado. O diplomata bolviano alertou para a desigualdade no acesso às vacinas e lembrou que 95% das doses desenvolvidas para combater a doença do coronavírus estão nas mãos de uma dezena de países ricos. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Entre as acções imediatas anunciadas, constam o início de duas campanhas de comunicação: uma sobre a Covid-19 e as acções da ALBA-TCP para a combater, outra relativa à denúncia da imposição de medidas coercivas unilaterais que violam o direito internacional humanitário, a Cuba e à Venezuela, pelos Estados Unidos. Para Maio deste ano, agendaram uma reunião de presidentes de cadeias de televisão e meios públicos da ALBA-TCP, como via de cooperação e troca de informação, bem como para traçar linhas editoriais conjuntas, refere a agência. Em Junho, será realizado um encontro de jornalistas, meios alternativos e influencers digitais, com vista à construção da Alba Digital ou Alba 3.0, no âmbito das comemorações do bicentenário da Batalha de Carabobo (uma das mais importantes na Guerra da Independência da Venezuela). No decorrer do encontro, o ministro venezuelano da Comunicação, Freddy Ñáñez, propôs a criação de uma aliança comunicacional a partir da ALBA-TCP, para «desmontar as campanhas de ódio contra os países da região», bem como uma agenda de acções, que envolva todos os agentes, «para mostrar as verdades de cada país, por contraposição aos mass media». «Na divulgação da vida social, política e económica dos povos da ALBA-TCP é fundamental mostrar as experiências sociais, a história e a vocação de futuro», defendeu, citado pela Prensa Latina. Lembrou o modo como, a 12 de Abril de 2002 (no âmbito do golpe de Estado contra Chávez), os órgãos de comunicação privados do país promoveram o bloqueio informativo, enquanto os movimentos sociais, em conjunto com os comunicadores populares, recorreram aos seus próprios mecanismos para difundir os «acontecimentos reais do momento histórico». «Na América Latina temos de abrir o debate para trazer estratégias pelo destino em comum. Naquele dia, o povo deu uma resposta com a construção de ferramentas populares e libertadoras no campo mediático em defesa da verdade», sublinhou, tendo dado como exemplo disto a multinacional TeleSur. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Internacional|
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«É nisso que andamos com projectos como a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos, bem como a Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América, projectos de integração verdadeira, de união verdadeira», afirmou.
«Temos grandes tarefas também ao nível dos movimentos sociais; não basta aquilo que podem fazer os governos, esta é uma unidade dos povos também, e vimo-lo na cerimónia de solidariedade com a Revolução Bolivariana, que reflectiu a capacidade de que essas forças podem estruturar-se e trabalhar em prol da unidade latino-americana», defendeu o ministro venezuelano dos Negócios Estrangeiros.
Gil Pinto chegou na última quinta-feira à Bolívia para uma visita oficial de dois dias, com uma agenda apertada, que tinha como principal objectivo aprofundar os laços de cooperação.
Nesse mesmo dia, foi recebido pelo presidente da República, Luis Arce, e manteve reuniões com o vice-presidente, David Choquehuanca, e o seu homólogo, Rogelio Mayta. Na sexta-feira, reuniu-se com o presidente do Senado, Andrónico Rodríguez, com quem decidiu criar uma Liga de Amizade Parlamentar Bolívia-Venezuela.
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