A declaração divulgada ontem pela Fundação Víctor Jara, assinada pela viúva Joan Jara e as suas filha, Manuela e Amanda, regista o contributo do juíz Miguel Vázquez, dos sobreviventes das prisões e da tortura e das «tantas e tantas pessoas» que contribuíram para o apuramento da verdade.
A decisão em primeira instância de condenação de nove ex-oficiais do exército chileno pelo assassinato de Jara e do advogado comunista Littré Quiroga, no campo de concentração em que se transformou o Estádio Chile nos dias que se seguiram ao golpe fascista de 11 de Setembro de 1973, foi proferida a 29 de Junho, no Tribunal de Apelação de Santiago.
«Sem dúvida que esta é uma importante derrota para os que querem negar a História e um duro golpe na impunidade», acrescentam. A família de Víctor Jara sinaliza ainda que o caso foi julgado «sem a colaboração do Exército do Chile»: «Como família, vivemos em carne e osso o pacto de silência que cruza as Forças Armadas chilenas.»
Na declaração, é dito ainda que «a luta não termina aqui», mas continua enquanto não seja feita justiça, «não só por Víctor e Littré, mas também por todos os que sofreram o terrorismo de Estado que reinou no Chile debaixo da ditadura» liderada por Augusto Pinochet.
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