Revistados e vigiados por dezenas de polícias, os mais de 200 manifestantes fizeram ouvir palavras de ordem como «Não à guerra, não à NATO, não aos tratados!» e mostraram cartazes em que se lia inscrições como «Nem pistolas, nem drones: justiça para os pobres» e «As pessoas e o planeta não são mercadoria», informa o diário espanhol Público.
Ángeles Maestro, porta-voz das Marchas da Dignidade, disse que a concentração visava denunciar «as mentiras do imperialismo», acrescentando que, apesar de Obama ter recebido o Prémio Nobel da Paz em 2009, as suas «mãos estão manchadas com o sangue de milhares de pessoas».
É «uma vergonha» receber Obama «com tantas honras» em Espanha, afirmou, sublinhando que se trata do «maior responsável vivo pelos assassínios em massa da história». Ainda assim, Maestro referiu que a manifestação, mais do que visar directamente Obama, era contra a figura do presidente dos EUA: «se não fosse ele, seria outro», disse.
Outro aspecto criticado pelos manifestantes foi a «imposição imperialista» do tratado de livre comércio (TIPP) negociado entre os EUA e a União Europeia, na medida em que «rompe com a legislação soberana dos países» para os submeter aos interesses das grandes empresas norte-americanas.
De Varsóvia a Rota
Proveniente de Varsóvia, onde participou na cimeira da NATO, Obama chegou ontem à noite à base aérea de Torrejón de Ardoz, em Madrid, onde foi recebido pelo rei espanhol.
Hoje, ao início da tarde, o mandatário norte-americano esteve reunido com Mariano Rajoy, primeiro-ministro espanhol em funções, no Palácio da Moncloa, tendo seguido depois novamente para a base aérea de Torrejón de Ardoz, onde se reunirá com os líderes do PSOE, Podemos e Ciudadanos, Pedro Sánchez, Pablo Iglesias e Albert Rivera, respectivamente. Prevê-se que Obama visite ainda o contingente militar norte-americano na base naval de Rota, em Cádis.
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