No seu portal, a Confederação Intersindical Galega (CIG) destaca que foram recolhidas seis vezes mais assinaturas do que as necessárias para levar a iniciativa popular ao Parlamento galego, instando o governo de Compostela a criar um Sistema Público Galego de Serviços de Apoio Social às Pessoas.
As assinaturas, nota a CIG, foram reunidas em cidades e vilas ao longo de uma campanha em que ficou patente a preocupação dos galegos com a existência desse sistema público, que garanta a prestação integral de cuidados a uma população cada vez mais envelhecida, bem como condições de trabalho dignas àqueles que os prestam, na sua maioria mulheres.
Ao levar as assinaturas ao Parlamento da Galiza, o secretário-geral da CIG, Paulo Carril, lembrou que a central sindical pôs a campanha em marcha para exigir ao governo galego a gestão pública directa de todos os serviços sociais de apoio às pessoas, cujo carácter essencial, frisou, ficou patente com a pandemia.
Lucros milionários à conta dos cuidados
A situação de emergência sanitária evidenciou ainda como «houve uma mercantilização da saúde e se fez do apoio às pessoas um negócio ao capricho dos fundos de investimento sem pensar nas consequências sociais para galegas e galegos», disse Carril, que denunciou o «festim dos lucros milionários que, à conta da nossa saúde e dos nossos cuidados, os fundos de investimento têm com o beneplácito dos governos».
Por isso, destacou a necessidade da existência de uma entidade pública galega que concentre e preste todos os serviços, dos lares de idosos aos centros de dia, dos centros de apoio à deficiência aos serviços de ajuda ao domicílio, entre outros.
O dirigente da CIG denunciou igualmente o modo como se passou a responsabilidade dos cuidados para as mulheres durante a pandemia, ao mesmo tempo que se continua a privatizar serviços públicos, e, perante este cenário, reclamou «a dignificação dos cuidados às pessoas idosas, às crianças, às pessoas com deficiência, à sociedade no seu conjunto», e exigiu também «a dignificação das condições de trabalho».
A este respeito, refere o portal da CIG, chamou a atenção para a precariedade existente nos serviços de ajuda ao domicílio e nos lares privados, e para a exploração laboral de que são alvo os trabalhadores, «também aqui maioritariamente mulheres».
Defesa dos serviços públicos e críticas ao PP
Paulo Carril manifestou-se preocupado com o caminho trilhado pelo PP, considerando que «está a ir na direcção oposta» àquilo que a CIG defende e propõe. Sublinhou que «não vale de nada lamentar-se pelo que se passou com as pessoas idosas durante a pandemia, se depois não são dados passos decisivos para que haja uma prestação e gestão directa dos serviços públicos».
Criticou ainda o PP por, ao nível da Saúde, estar a permitir que o sector «seja um negócio para muitas empresas e para fundos de investimento», sublinhando que tal não se pode passar com um «direito fundamental» e que as mais de 15 mil assinaturas mostram que é necessário travar «as políticas de privatização dos serviços públicos».
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