Os mísseis Typhon são «uma arma estratégica e ofensiva, com um alcance que cobre a maior parte dos países do Sudeste Asiático»; a sua presença nas Filipinas «mina seriamente a paz e a estabilidade regionais, e os interesses legítimos de segurança de outros países», destacou Guo Jiakun, representante do Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, numa conferência de imprensa em Pequim, esta quarta-feira.
O porta-voz recordou que a instalação dos mísseis no Norte das Filipinas, em Abril de 2024, assumia um carácter «temporário», até serem concluídas as manobras militares conjuntas entre o país insular e os EUA.
Apesar de as Filipinas terem feito a promessa de retirar o sistema após os exercícios, «incumpriram repetidamente o seu compromisso» e até ponderam a sua aquisição, ligando-a a disputas no Mar do Sul da China, numa acção que Guo definiu como «ridícula e bastante perigosa», refere a Xinhua.
O representante chinês alertou o país insular que, ao não cumprir a promessa feita, coloca «a sua própria segurança e defesa nacional à mercê de outros», o que acarreta «riscos de um confronto geopolítico e uma corrida ao armamento na região».
Neste sentido, a China instou Manila a reconsiderar o seu posicionamento e a tomar «decisões estratégicas que beneficiem genuinamente os interesses fundamentais das Filipinas e do seu povo».
«A China jamais ficará de braços cruzados quando os seus interesses de segurança são prejudicados ou ameaçados», disse Guo, frisando que outros «países da região não aceitarão de forma alguma esta atitude».
Em meados de Janeiro, ambos os países asiáticos realizaram a décima reunião do mecanismo de consulta bilateral sobre o Mar do Sul da China, num contexto em que as tensões persistem.
Pequim apresentou protestos formais relativamente àquilo que classificou como «recente violação marítima e actividades provocatórias das Filipinas», tendo instado o lado filipino ao cumprimento estrito da Declaração sobre a Conduta das Partes no Mar do Sul da China – firmada pela China e os países-membros da ASEAN em 2002.
Pequim apelou ainda à resolução adequada das divergências por via do diálogo e da consulta, de modo a gerir conjuntamente a situação marítima e a encaminhar as relações bilaterais de volta à senda da normalidade o mais rapidamente possível.
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