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Contra a extradição de Assange para os EUA

Várias organizações de liberdade de imprensa subscreveram uma carta de apelo à ministra do Interior britânica para evitar a extradição Julian Assange para os Estados Unidos.

Stella Moris, mulher de Julian Assange, acompanhada por apoiantes do jornalista australiano fundador da WikiLeaks, fala duranteuma concentração à porta do tribunal de Westminster, no dia em que este autorizou a extradição de Assange para os EUA. Londres, 20 de Abril de 2022
CréditosTom Nicholson / REUTERS

Após a justiça britânica ter dado luz verde à extradição do fundador do portal WikiLeaks, 19 organizações, nomeadamente federações europeias e internacionais de jornalistas e vários clubes PEN, enviaram uma carta à ministra suscitando a recusa da extradição de Julian Assange. Os signatários reclamam ainda a sua libertação da prisão de Belmarsh, perto de Londres, onde se encontra há cerca de três anos, depois de permanecer mais de sete anos na embaixada do Equador em Londres, como refugiado.

Os subscritores alertam também para o facto de as acusações contra Assange abrirem «um precedente perigoso, que poderia ser aplicado a qualquer meio de comunicação social que publique artigos baseados em fugas de informação, ou contra qualquer jornalista, editor ou fonte em qualquer lugar do mundo».

A RSF tem por objectivo recolher 50 mil assinaturas até 18 de Maio, data limite para a decisão de Pratel. Segundo a organização, a petição já recolheu, em apenas dois dias, mais de 19 mil assinaturas.

Recorde-se que os EUA querem julgar o fundador do WikiLeaks pela divulgação de mais de 700 mil documentos classificados sobre actividades militares e diplomáticas norte-americanas, em particular no Iraque e no Afeganistão.

O jornalista e activista australiano, enfrenta, nos EUA, acusações que se podem traduzir em penas de prisão que, acumuladas, representam mais de 175 anos – uma prisão perpétua, na prática.

Na quarta-feira passada, o tribunal de Westminster autorizou a extradição de Assange e remeteu o seu processo para o Ministério do Interior. A defesa tem quatro semanas para se pronunciar, antes de a ministra tomar uma decisão final sobre a extradição.


Com Lusa

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