Na nota diplomática, o Ministério comunica à Embaixada norte-americana na Ilha que refuta oficialmente a informação contida num artigo divulgado no início deste mês pela revista Newsweek, no qual um «alto funcionário» do Departamento da Defesa dos Estados Unidos afirma ter provas de tráfico de drogas entre a Venezuela e Cuba.
«O governo dos Estados Unidos e as suas agências especializadas têm elementos mais que suficientes para desmentir as afirmações difamatórias», afirma a diplomacia cubana.
De acordo com o Ministério, Washington sabe que Cuba tem uma política de «tolerância zero» perante o narcotráfico e que o país caribenho participa activamente nas iniciativas e programas regionais e mundais para enfrentar o consumo de narcóticos.
«Tal afirmação, a ter ocorrido, contrasta inteiramente com o Relatório sobre a estratégia internacional de controlo de narcóticos» publicado este ano pelo Departamento de Estado, «no qual se reconhece que "Cuba não é um importante consumidor, produtor ou ponto de passagem de drogas ilícitas"», afirmam as autoridades cubanas.
O mesmo relatório norte-americano afirma que Cuba «dedica importantes recursos à prevenção da propagação de drogas ilícitas e do seu uso, e que os traficantes regionais geralmente evitam» a maior ilha das Antilhas.
Sobre esta questão, o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, afirmou na sua conta de Twitter, na semana passada, que são «novas calúnias para pretextos de agressão e ingerência» e que «o perverso império não engana ninguém, apenas os seus lacaios. Cuba é livre e soberana».
É «revoltante ver como o império bloqueia, acusa […] e calunia uma pequena e nobre nação soberana, corajosa, firme e solidária», denunciou na mesma rede.
A peça da Newsweek vem juntar-se à campanha lançada pela Casa Branca para ligar o presidente Nicolás Maduro e outros altos funcionários do governo da Venezuela ao narcotráfico. A 26 de Março último, o Departamento da Justiça anunciou acusações contra as principais figuras do governo bolivariano, tendo oferecido grandes recompensas por informação que conduza à detenção ou condenação do presidente e dos demais altos funcionários venezuelanos.
O diário Granma sublinha que a Newsweek «não apresentou nem um só documento que sustente a acusação», salientando que «a calúnia fabricada pela Casa Branca visa justificar as medidas de cerco económico contra Cuba e a Venezuela, em plena pandemia de Covid-19, bem como promover uma eventual agressão» contra o país sul-americano.
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