Ao intervir na sessão de encerramento, na quarta-feira à noite, Patricia Villegas, presidente da plataforma multi-estatal TeleSur, recordou que o galardão foi instituído e atribuído pela primeira vez em Havana, naquela cerimónia, distinguindo Raúl Castro, Miguel Díaz-Canel e Nicolás Maduro pela «sua vocação de luta a favor dos povos».
«Perante uma ordem mundial que impõe o esquecimento, vocês os três encarnam a Trincheira Viva da Nossa América», afirmou Villegas, que, ao dirigir-se a Raúl Castro Ruz, acrescentou: «Comandante, você é a bússola de cientistas e estudantes de Cuba e de todo o continente; obrigada por ser um cidadão TeleSur.»
No que toca a Díaz-Canel, chefe de Estado que esteve presente na sessão e participou na conferência «Lições mediáticas do genocídio palestiniano: propaganda, silenciamento e resistência informativa», Villegas lembrou que a Ilha – «a sua Cuba, a nossa Cuba» – é «humanidade» e «responde ao bloqueio «com batas brancas e aulas abertas onde outros gastam balas».
Já sobre o presidente venezuelano, disse que é «herdeiro de Bolívar e Chávez; sempre esperança onde o Norte vê caos, a sua voz, a dos excluídos, lidera hoje a Pátria grande», refere a TeleSur.
A distinção ressalta também o contributo dos três dirigentes para a batalha mediática contra-hegemónica em que a cadeia, que em Julho cumpre 20 anos, se empenha.
Construir um mundo melhor para os povos do mundo
A cerimónia pôs fim a três dias de debates sobre a articulação das forças progressistas no âmbito mediático, com a participação de cerca de 400 delegados de meia centena de países.
Também interveio a directora do Instituto de Formação Política do partido mexicano Morena, Alicia Duarte, que agradeceu a recepção calorosa dos anfitriões num contexto de carências provocadas pelo bloqueio económico norte-americano.
Duarte destacou a inspiração que a revolução cubana representa para as dezenas de projectos mediáticos apresentados no encontro, o que evidencia a possibilidade de construir um mundo melhor para os povos do mundo, indica a Prensa Latina.
Condenação do genocídio na Palestina e apelo à luta contra a manipulação e a desinformação
Coube à coordenadora general do colóquio, Rosa Miriam Elizalde, ler a Declaração Final, que reconheceu a importância da utilização da tecnologia, instou à criação de um projecto próprio e denunciou o bloqueio económico imposto a determinados países (como Cuba), limitando o acesso a tecnologias essenciais ao desenvolvimento e violando o direito à soberania.
Os participantes no evento condenaram o genocídio sionista do povo palestiniano, e apelaram à luta contra as guerras cognitivas, as campanhas de desinformação, manipulação e guerra psicológica promovidas pelo imperialismo.
O IV Colóquio Internacional «Patria» apelou ainda à construção de uma nova ordem tecnológica mundial, assente na cooperação, na soberania e na solidariedade, e decidiu promover a criação de uma «Carta de Direitos Digitais», que garanta a privacidade, a pluralidade de vozes e o acesso universal à tecnologia, «pilares fundamentais para construir um mundo mais equitativo e justo».
Elizalde anunciou que a próxima edição do evento, em 2026, «honrará o centenário do nascimento do líder da Revolução cubana, Fidel Castro».
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