Numa conferência de imprensa conjunta com Iván Duque, presidente da Colômbia, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, voltou a insistir na tónica intervencionista relativamente à Venezuela, afirmando que o mundo deve continuar os esforços para trazer de novo «a democracia» a esse país.
Já a Colômbia, onde o funcionário norte-americano de deslocou para participar, esta segunda-feira, na III Conferência Ministerial Hemisférica de Luta contra o Terrorismo, foi apontado como um exemplo dessa luta – sem que tenha sido feita referência aos terrorismo de Estado ou ao massacre de dirigentes sociais, indígenas e defensores dos direitos humanos.
Por seu lado, Iván Duque, que manteve um encontro com Pompeo à margem da referida conferência, voltou a insistir na «crise migratória» existente no país vizinho, obviando que o país a que preside apresenta um dos índices mais elevados do mundo no que respeita à deslocação forçada de populações.
A visita de Pompeo à Colômbia complementa-se com o anúncio do Comando Sul (SouthCom) de levar a cabo exercícios militares no país sul-americano, entre 23 e 29 deste mês, para «reforçar as relações entre ambos os países e fomentar o trabalho conjunto», segundo referiu o chefe do SouthCom, Craig Faller.
Outro encontro que Mike Pompeo manteve à margem da conferência – onde se insistiu muito na necessidade de declarar o Hezbollah como organização terrorista – foi com Juan Guaidó, o autoproclamado presidente interino da Venezuela.
Depois de anunciado o encontro, o ministro venezuelano dos Negócios Estrangeiros, Jorge Arreaza, repudiou a insistência de Pompeo no intervencionismo e no ataque ao governo do presidente constitucional, Nicolás Maduro.
Na sua conta Twitter, Arreaza escreveu, a propósito: «Ao senhor Pompeo, custa-lhe perceber que, como titeriteiro, ele e a sua obra foram um fracasso monumental na Venezuela. Em vez de o aceitar e optar pela diplomacia, dedica-se agora a passear o seu títere derrotado pelo mundo.»
Colômbia e EUA promovem o terrorismo
Diosdado Cabello, primeiro vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), afirmou ontem que os governos dos Estados Unidos e da Colômbia são os principais promotores do terrorismo no mundo.
Numa conferência de imprensa em Caracas, o dirigente bolivariano disse que a III Conferência Ministerial Hemisférica de Luta contra o Terrorismo, na Colômbia, é «uma cimeira de terroristas». «Os terroristas da América são dirigidos por Álvaro Uribe e Iván Duque, e os do mundo pelos Estados Unidos. Eles são os maiores terroristas do mundo», disse, citado pela Prensa Latina e a VTV.
Sobre a presença do deputado da oposição Juan Guaidó na dita cimeira e no país vizinho, disse que isso não o preocupa nada – «é absolutamente insignificante que um lacaio vá encontrar-se com os seus amos na Colômbia».
Quanto à presença do Comando Sul em território colombiano, sublinhou que não é nada de novo e que Washington tem ali nove bases militares, que operam «com o único objectivo de proteger a rota do tráfico de drogas».
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