A visita de Eduardo Bolsonaro ao colonato de Psagot, na região central da Cisjordânia ocupada, ocorre depois de, no passado dia 18 de Novembro, a administração norte-americana ter declarado, pela voz do seu secretário de Estado, Mike Pompeo, que «a criação de colonatos civis israelitas na Cisjordânia não é, por si só, inconsistente com o direito internacional».
Em declarações à imprensa, Hanan Jarrar, responsável do Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros para as Américas e as Caraíbas, sublinhou que os colonatos israelitas são considerados «ilegais» e «ilegítimos» a nível internacional.
Neste sentido, classificou a visita do filho do mandatário brasileiro, Jair Bolsonaro, a Psagot como uma «violação flagrante do direito internacional», bem como das resoluções aprovadas pelo Conselho de Segurança e a Assembleia Geral das Nações Unidas sobre esta matéria, informam a HispanTV e a PressTV.
O Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros decidiu ainda convocar o embaixador brasileiro na Palestina, Francisco Mauro Brasil de Holanda, para lhe comunicar o desagrado do país com estes factos.
A diplomata afirmou que a atitude pro-israelita de Eduardo Bolsonaro, deputado federal pelo Rio de Janeiro, «não reflecte a imagem do Brasil, mas pode pôr em risco as relações bilaterais entre a Palestina e o Brasil», que Ramallah está interessada em manter.
Bolsonaro pai também muito pró-israelita
Em Novembro do ano passado, antes de ser eleito, Jair Bolsonaro disse ter a intenção de mudar a Embaixada do Brasil de Telavive para Jerusalém. No final de Março, o já presidente brasileiro, determinado a reforçar os laços com Benjamin Netanyahu e a cooperação nas áreas da segurança e da defesa, abriu uma representação diplomática em Jerusalém.
Na altura, o diário Haaretz informou que Netanyahu estaria disposto a avançar nessa cooperação a troco da mudança da embaixada brasileira para Jerusalém, que Bolsonaro deixou a pairar como possibilidade na visita oficial a Israel.
Actualmente, mais de 600 mil israelitas vivem em cerca de 230 colonatos nos territórios palestinianos da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental, ocupados desde 1967, todos considerados ilegais à luz do direito internacional.
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