As manifestações de indignação e revolta começaram, em Charlotte, na terça-feira à noite, depois de a Polícia ter morto a tiro, nessa tarde, Keith Lamont Scott, um afro-americano de 43 anos.
De acordo com diversas agências, vários manifestantes e 16 agentes da Polícia ficaram feridos na primeira noite de confrontos. Ontem, no meio da confusão e dos distúrbios, um manifestante foi baleado e, embora a Polícia tenha inicialmente dado conta do seu falecimento, as autoridades acabaram por desmentir essa informação, dizendo que se encontra internado em estado crítico.
Após a segunda noite de intensos protestos contra a violência policial, o governador do estado da Carolina do Norte, Pat McCrory, declarou, ainda ontem, o estado de emergência em Charlotte, e deu ordens à Guarda Nacional e à Brigada de Trânsito Estadual para que prestasse assistência ao Departamento da Polícia na cidade, informa a Reuters.
«A comunidade merece respostas»
Os confrontos em Charlotte começaram logo após ter vindo a público que Keith Lamont Scott, um afro-americano de 43 anos, tinha sido morto pela Polícia, que se deslocara a um bloco de apartamentos para executar uma ordem de detenção contra outro homem, que não encontrou.
Num comunicado, o Departamento da Polícia de Charlotte-Mecklenburg afirmou que Lamont Scott saiu de uma viatura com um arma de fogo, constituindo assim «um perigo mortal iminente para os agentes, que em seguida dispararam». Tanto familiares de Scott como testemunhas negam esta versão, afirmando que ele não estava armado e que aquilo que tinha na mão era um livro, enquanto esperava que um dos seus filhos voltasse da escola.
A presidente da Câmara Municipal de Charlotte, Jennifer Roberts, afirmou que a «comunidade merece respostas» e prometeu «uma investigação exaustiva», refere a TeleSur. Charlotte, com mais de 800 mil habitantes na cidade e cerca de 2 400 000 na área metropolitana, é a maior zona urbana da Carolina do Norte. 35% da sua população é afro-americana.
De acordo com a Reuters, um estudo do Center for Police Equity, publicado em Julho último, sobre a actuação das forças policiais nos Estados Unidos revela que a população negra é três vezes mais sujeita a brutalidade policial do que a população branca.
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