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Forças israelitas prenderam 880 palestinianos em Julho

Quase 900 palestinianos foram presos pelas forças israelitas em todos os territórios ocupados no mês de Julho, revela um relatório publicado esta semana por várias entidades palestinianas. Entre os detidos contam-se 144 crianças.

 As incursões das forças israelitas nos territórios ocupados da Palestina ocorrem a um ritmo quase diário (foto de arquivo)
Créditos / medium.com

A Sociedade de Prisioneiros Palestinianos, o Centro para os Direitos Humanos Al-Mezan, o grupo de apoio aos presos Addameer e o Comité Palestiniano de Assuntos dos Presos são as organizações responsáveis por um relatório em que se destaca o facto de, dos 880 palestinianos detidos pelas forças policiais e militares israelitas no mês de Julho, 144 serem crianças e 18 mulheres.

A maioria das detenções (425) teve lugar em Jerusalém Oriental e no distrito de Jerusalém na Margem Ocidental ocupada, informa a agência Ma'an. Seguiram-se, também na Cisjordância, Hebron, com 120 detenções, Nablus (85), Jenin (49), Qalqiliya (47), Belém (45), Ramallah (37), Tulkarem (36), Tubas (14), Salfit (dez) e Jericó (dez). Na Faixa de Gaza cercada foram presas duas pessoas.

Com as detenções de Julho, entre as quais se contam as de 12 membros do Conselho Legislativo Palestiniano, o número de palestinianos presos em cadeias israelitas subiu para 6400. De acordo com o relatório, 52 prisioneiros são mulheres, dez são raparigas adolescentes e 300 são crianças.

De acordo com a Ma'an, cerca de 450 presos estão sob o regime de detenção administrativa, que permite a Israel manter palestinianos presos por períodos de tempo indefinidos, sem julgamento nem culpa formada. Só em Julho, as autoridades israelitas decretaram 97 detenções administrativas, 20 das quais emitidas pela primeira vez; os outros casos dizem respeito a prisioneiros que viram o seu regime de detenção prolongado.

Estas detenções inserem-se num contexto de repressão generalizada por parte das forças de ocupação nos territórios da Palestina, que também contempla a aprovação da construção de mais unidades habitacionais em colonatos ilegais em Jerusalém Oriental ocupada, a demolição de casas palestinianas ou o aumento dos ataques perpetrados por colonos contra palestinianos, tal como sublinha uma nota recentemente publicada pelo Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM).

As incursões nocturnas das forças militares israelitas em cidades, aldeias e campos de refugiados na Margem Ocidental ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, ocorrem quase diariamente. De acordo com dados das Nações Unidas, referidos pela Ma'an, em 2016 verificaram-se, em média, 95 operações de busca e captura a cada duas semanas.

Em Agosto, o ritmo parece não abrandar e, na madrugada desta terça-feira, pelos menos mais 13 palestinianos foram presos pelas forças israelitas em vários pontos da Margem Ocidental ocupada, informa a Ma'an, referindo-se a fontes palestinianas e israelitas.

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