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Governo venezuelano relembra efeitos das sanções sobre políticas sociais

Jorge Arreaza voltou a denunciar, esta terça-feira, as agressões da administração dos EUA contra o abastecimento de alimentos. O governo espanhol confirmou que Lilian Tintori se instalou no país europeu.

O presidente Nicolás Maduro sublinhou que os CLAP têm dois inimigos: «a administração dos EUA e a oligarquia venezuelana»
Créditos / Ciudad Maracay

Na sua conta de Twitter, o titular venezuelano da pasta dos Negócios Estrangeiros criticou também a atitude da oposição nacional, que é aliada de Washington, «contra o seu próprio povo».

«O bloqueio ilegal da administração Trump é tão perverso que pretende afectar as capacidades e a distribuição dos CLAP, uma política essencial para o povo venezuelano. Da parte da oposição golpista, aplaudem estas medidas contra o seu próprio povo», escreveu Jorge Arreaza esta terça-feira.

A diplomacia venezuelana denunciou em reiteradas ocasiões os efeitos nefastos e devastadores das sanções unilaterais e coercitivas impostas por Washington ao país sul-americano, que o impedem de efectuar as transferências financeiras necessárias à aquisição de alimentos e de medicamentos ou ao prosseguimento de programas na área da Saúde.

Numa intervenção recente nas Nações Unidas, Arreaza qualificou como uma «grave violação dos direitos humanos» o cerco imposto pela Casa Branca às políticas sociais do executivo venezuelano.

Por seu lado, o chefe nacional dos Comités Locais de Abastecimento e Produção (CLAP), Freddy Bernal, disse, em meados de Maio, que a administração norte-americana impôs sanções a dez das 12 transportadoras marítimas que traziam alimentos para a Venezuela.

Como consequência dessa medida, os artigos chegam à Venezuela com atrasos. «Aquilo que demorava um mês a chegar agora demora três meses», denunciou Bernal, sublinhando que as medidas coercitivas impostas pela administração de Donald Trump afectam a vida quotidiana de todos os venezuelanos.

O programa estatal de distribuição de alimentos subsidiados através dos CLAP abrange mais de sete milhões de famílias em todo o território venezuelano. Concebido em Março de 2016 para ajudar o povo venezuelano a resistir às consequências da guerra económica, o programa tem sido «eficaz», na medida em que – sublinha a TeleSur – tem combatido fenómenos como a revenda, a especulação, o açambarcamento e o contrabando de bens de primeira necessidade.

«Se não fossem os CLAP, milhões de famílias estariam [a enfrentar] uma crise insustentável, devido às sanções impostas pelos Estados Unidos», sublinhou Bernal.

Governo espanhol confirma entrada de Lilian Tintori no país

O governo dos «socialistas» espanhóis confirmou esta segunda-feira a entrada de Lilian Tintori e da sua filha mais nova em Espanha. A mulher do líder da oposição venezuelana Leopoldo López encontrava-se alojada, juntamente com o marido, na residência do embaixador de Espanha em Caracas desde o passado dia 1 de Maio, quando López quebrou a medida de prisão domiciliária a que estava sujeito, no âmbito de uma tentativa de golpe de Estado orquestrado pela oposição golpista de extrema-direita, alinhada com Washington, a 30 de Abril último, contra o governo de Nicolás Maduro.

O Ministério espanhol dos Negócios Estrangeiros confirmou que López, condenado a 14 anos de cadeia por vários graus de responsabilidade nas acções de violência perpetradas na Venezuela em 2014, continua na capital venezuelana, refere o jornal espanhol Público.

Os pais do golpista – Leopoldo López Gil e Antonieta Mendoza – residem em Espanha e possuem nacionalidade espanhola desde Dezembro de 2015. López Gil foi mesmo eleito como deputado ao Parlamento Europeu, nestas últimas eleições, integrado nas listas do PP.

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