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Hezbollah louva vitória em Mossul e acusa EUA de criar Daesh

O secretário-geral do movimento de resistência libanês, Hassan Nasrallah, acusou os EUA de serem responsáveis pela criação do Daesh e de terem dado luz verde a países da região para que apoiassem e financiassem o grupo terrorista.

As forças iraquianas declararam oficialmente a vitória sobre o Daesh na cidade de Mossul
Créditos / sickchirpse.com

Numa declaração transmitida ontem à noite pela televisão libanesa, Sayyed Hassan Nasrallah enalteceu a vitória das tropas iraquianas sobre o Daesh em Mossul, no final de uma batalha de nove meses pelo controlo da que fora a segunda cidade do país e que se tornara um dos principais bastiões dos terroristas no Médio Oriente.

O dirigente do Hezbollah considerou «controversa» a ajuda dos Estados Unidos ao Exército iraquiano e responsabilizou os norte-americanos pela criação do Daesh, afirmando que funcionários daquele país «reconheceram que a administração Obama criou o Estado Islâmico», informa a Prensa Latina.

Nasrallah considerou decisiva, para a vitória em Mossul, a «unidade» dos iraquianos, bem como a sua «recusa a obedecer a ordens estrangeiras». Quando isso aconteceu, conseguiram derrotar o Daesh, sublinhou.

«A libertação de Mossul é um passo muito, muito grande para a erradicação do Daesh», salientou, ao mesmo tempo que exortou a região e o mundo a «aproveitar esta oportunidade histórica».

Nasrallah rejeitou a perspectiva defendida pelo Exército norte-americano de que a batalha contra o terrorismo irá durar anos, pois «esta, na verdade, apenas requer um esforço internacional concertado», disse, criticando ainda alguns órgãos de comunicação social árabes por «tentarem acirrar o sectarismo e incentivarem os terroristas a matar gente inocente».

Mobilização xiita, fundamental

Na sua alocução, Nasrallah enalteceu, de forma especial, o papel assumido pelas forças paramilitares xiitas iraquianas, conhecidas em árabe como Al-Hashd al-Sha'abi (Unidades de Mobilização Popular, UMP), criadas para apoiar o governo na sua luta contra o Daesh, na sequência de um edicto religioso do Grande Aiatola, Ali al-Sistani.

Milhares de voluntários integraram as UMP, que, juntamente com o Exército iraquiano, foram decisivas para expulsar os terroristas de Mossul.

No que respeita ao Líbano, o secretário-geral do Hezbollah confirmou a presença de forças do Daesh e da Frente al-Nusra no Nordeste do país, junto à fronteira com a Síria, e lançou um ultimato: «É a última vez que falo sobre este assunto. [...] Se os terroristas não se renderem, o Hezbollah dará início a uma campanha militar para os erradicar», disse.

Declaração de vitória

Na segunda-feira à tarde, o primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi, declarou que as forças iraquianas haviam triunfado sobre o Daesh em Mossul. «A vitória sobre o Daesh que estamos agora a celebrar deve-se ao sacrifício e à frente unida da nação iraquiana», disse, assinalando os esforços de uma ofensiva que teve início a 17 de Outubro de 2016, refere a PressTV.

Estima-se que cerca de 900 mil pessoas tenham fugido de Mossul neste período. Muitos milhares ficaram encurraladas na cidade e morreram durante a batalha.

Nos seus bombardeamentos sobre a cidade iraquiana, a coligação liderada pelos Estados Unidos foi acusada de provocar centenas de vítimas entre a população civil e de cometer atrocidades, nomeadamente recorrendo a bombas de fósforo branco em áreas densamente povoadas. No início de Junho, confrontado com as acusações, um coronel norte-americano afirmou que estas munições eram usadas «de acordo com as leis da guerra».

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