De acordo com a Al-Masdar News, as tropas hutis lançaram uma grande contra-ofensiva, esta quinta-feira, na província de Hudaydah, recuperando várias áreas cujo controlo tinham perdido para as milícias apoiadas pelos Emirados Árabes Unidos (EAU) e pela Árabia Saudita, no contexto da ofensiva que estes lançaram contra Hudaydah há dez dias.
Referindo-se à imprensa oficial dos Hutis, a Al-Masdar News informa que as suas tropas conseguiram retomar o controlo de Mahlikhi e Majilis, no Sudoeste de Hudaydah, após fortes combates com a Guarda Republicana Iemenita e o Exército de Resistência do Sul, apoiado no terreno pelos EAU, a quem infligiram pesadas baixas.
Hutis afirmam ter aeroporto sob controlo
Entretanto, ontem de manhã, militares do Exército do Iémen e do Movimento Ansarullah afirmaram que ainda controlam o aeroporto de Hudaydah, uma cidade estratégica localizada à beira do Mar Vermelho, por onde passa mais de 70% das importações do Iémen e principal via de entrada da ajuda humanitária que chega a um país que há mais de três anos é alvo de uma guerra de agressão, com o apoio do Ocidente, nomeadamente dos EUA, do Reino Unido e da França.
Um general do Exército iemenita desmentiu as declarações proferidas no dia anterior por militares sauditas de acordo com as quais o aeroporto de Hudaydah estava inteiramente sob controlo das forças atacantes.
Mostrando fotos de viaturas blindadas inimigas que o Exército fez explodir, o general afirmou que os combatentes iemenitas têm estado a combater terroristas do Daesh e da Al-Qaida na região de al-Durayhimi (província de Hudaydah) e que cercaram mercenários apoiados pelos sauditas no bairro de al-Jah.
Por outro lado, uma figura destacada da resistência Huti mostrou um vídeo para «provar que é falsa» a presença dos sauditas no aeroporto, localizado a oito quilómetros de Hudaydah, cidade com 600 mil habitantes.
Ofensiva, apesar dos alertas
Tropas e milícias leais ao antigo presidente Abd Rabbuh Mansur Hadi, apoiadas pela aviação saudita e por tropas sudanesas e dos EAU no terreno, lançaram há dez dias uma ofensiva sobre a região costeira ocidental iemenita em poder dos Hutis, centrando-se em Hudaydah.
Perante a ofensiva iminente, as Nações Unidas deram o alerta: não só os ataques podiam provocar mais de 250 mil mortos entre os residentes na cidade, como a crise humanitária no Iémen, considerada a mais grave do mundo pela ONU, se poderia agravar.
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