Sublinhando a necessidade de «as áreas habitadas pelos curdos permanecerem como sua herança nacional», o ministro russo dos Negócios Estrangeiros denunciou, esta quarta-feira, que «as tentativas de os EUA recolocarem a população curda em áreas onde tribos árabes historicamente sempre habitaram é um processo muito mau», que «conduz directamente ao separatismo e à fractura da Síria».
Numa conferência de imprensa em Teerão, na sequência de um encontro com o seu homólogo iraniano, Mohammad Javad Zarif, o ministro russo mostrou-se preocupado com a situação na Margem Esquerda do rio Eufrates, uma vez que estão ali estacionadas tropas estrangeiras e forças especiais, ocupando assim uma parte do território da República Árabe Síria, indica a agência TASS.
«Não foram convidadas. Estão ali destacadas ilegalmente e ainda tentam usar a cartada curda, como costuma acontecer em zonas controladas pelos norte-americanos e os seus aliados, no seio de unidades que lutam no terreno. Estamos convencidos de que a questão curda precisa de ser resolvida com total respeito pela integridade territorial e soberania dos estados onde os curdos vivem», disse Lavrov.
EUA procuram separar região a leste do Eufrates
Numa notícia do periódico em língua árabe Al-Watan, a que a agência Fars fez referência esta quarta-feira, afirma-se que «terroristas apoiados pelo Exército dos Estados Unidos têm estado a destruir passagens que ligam as duas margens do rio Eufrates» na Síria.
De acordo com o jornal referido, não é a primeira vez que as chamadas Forças Democráticas Sírias (FDS), apoiadas pelos EUA, destroem passagens e pontes entre as margens oriental e ocidental do rio, o que, segundo o periódico, se enquadra nas tentativas dos EUA de consolidar a separação terrorial da Síria a partir do Eufrates.
Mais de um milhão de sírios regressaram ao país
De acordo com os dados facultados pelos comités sírio e russo para o regresso dos refugiados, o número de sírios que regressaram à sua pátria é de 1 000 072. Nestes, incluem-se 19 500 que voltaram da Jordânia, desde Outubro último, quando foi reaberto o posto fronteiriço de Nassib.
Entretanto, centenas de deslocados, na sua maioria mulheres e crianças, conseguiram sair esta quarta-feira do campo de Rukban, localizado junto à fronteira da Síria com a Jordânia, apesar dos obstáculos colocados pelos militares norte-americanos, que ocupam ilegalmente a base próxima de al-Tanf.
De acordo com os dados das autoridades sírias e russas, cerca de 10 mil dos deslocados conseguiram utilizar o corredor humanitário criado por Damasco, em Fevereiro deste ano, para a evacuação de cidadãos sírios retidos em Rukban. Estima-se que outros 40 mil continuem no campo.
Testemunhos recolhidos pela imprensa, referidos pela Prensa Latina, dão conta da «falta de alimentos e de cuidados médicos básicos», bem como do roubo da ajuda destinada aos refugiados por grupos terroristas armados patrocinados pelos EUA, que abusam dos civis. «Os deslocados descreveram Rukban como o campo da morte», indica a Prensa Latina.
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