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Israel aprova a construção de mais 6000 unidades habitacionais nos colonatos

O Gabinete de Segurança israelita aprovou um novo plano de construção na Cisjordânia ocupada, que inclui mais 6000 unidades habitacionais nos colonatos – considerados ilegais à luz do direito internacional.

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O alargamento da chamada «Jerusalém metropolitana» é uma das formas de «anexação» do território palestiniano ocupado que Israel põe em prática há muito Créditos / ibtimes.com

De acordo com fontes familiarizadas com a questão, citadas esta terça-feira pelo diário Haaretz, o plano terá sido concebido por iniciativa do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e será implementado na chamada Área C, que corresponde a 60% da Margem Ocidental ocupada e é exclusivamente administrada por Israel.

Nos últimos anos – e mais ainda com o apoio declarado de Donald Trump –, Israel acelerou a actividade de construção na Área C, que, juntamente com Jerusalém Oriental, tem sido palco de uma rápida expansão dos colonatos israelitas, em violação do direito internacional.

Em simultâneo, Israel prossegue uma política que dificulta e restringe a vida das comunidades palestinianas nesta zona da Cisjordânia, tendo como objectivo a sua expulsão e substituição por comunidades judaicas israelitas, até concretizar a anexação desse território palestiniano.

Em comunicados sucessivos, o Centro de Informação Israelita para os Direitos Humanos nos Territórios Ocupados, B'Tselem, tem denunciado a política de expulsão das comunidades palestinianas da Área C, em que as demolições de casas e outras infra-estruturas de palestinianos se integram – alegando Israel que foram erigidas sem licença de construção.

Estima-se que mais de 600 mil israelitas vivam em colonatos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental ocupadas. Todos os colonatos são ilegais à luz do direito internacional, tal como reafirmou a resolução 2334 do Conselho de Segurança da ONU, de 23 de Dezembro de 2016.

«Palestinianos não precisam da autorização de ninguém para construir casas na Palestina»

O Gabinete de Segurança do governo israelita aprovou ainda a construção de 715 unidades habitacionais para palestinianos na referida Área C. A este propósito, Nabil Abu Rudeineh, porta-voz do presidente palestiniano, Mahmud Abbas, disse ontem que «o povo palestiniano tem direito a construir em todas as suas terras ocupadas em 1967 sem a necessidade de autorização de ninguém», informa a Al Mayadeen.


Condenando as políticas expansionistas de Telavive, o funcionário palestiniano sublinhou que, para construir casas na sua terra, os palestinianos não precisam de pedir uma licença ao primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.

O porta-voz destacou ainda que os palestinianos «não vão abdicar dos direitos consagrados nas resoluções internacionais, em particular a resolução 2334 da ONU, que declara a ilegalidade dos colonatos no território do Estado da Palestina, incluindo Jerusalém Oriental».

Também a Autoridade Nacional Palestiniana (ANP) declarou, num comunicado, que os palestinianos não têm qualquer necessidade de obter uma autorização do primeiro-ministro israelita para construir casas na Área C.

Para a ANP, as políticas de Netanyahu deixam em evidência que [Israel] considera essa zona da Cisjordânia uma «reserva estratégica» para os colonatos judaicos, sendo por isso que está a transformar a região «num bloco geográfico contíguo de colonatos».

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