Ontem, na jornada de encerramento do encontro, em que participaram cerca de 700 representantes de mais de 80 países e de organizações de defesa dos direitos dos palestinianos, o presidente iraniano, Hassan Rohani, dirigiu-se aos presentes para sublinhar que «os líderes ocidentais cometeram um erro estratégico, há 70 anos, ao fundarem um regime falso para lograrem os seus objectivos expansionistas na região».
O mandatário iraniano disse ainda que não haverá uma paz justa e duradoura no Médio Oriente até que a Palestina seja libertada e que os direitos dos palestinianos sejam respeitados, neles se incluindo o regresso de todos os refugiados à sua pátria e a criação de um Estado palestiniano, que tenha Jerusalém como capital, através de um referendo em que participem todos os residentes nesse território, sejam muçulmanos, cristãos ou judeus, informam a HispanTV e a PressTV.
Rohani, que recordou como a «ocupação das terras na nação oprimida da Palestina» trouxe consequências «devastadoras para a paz e a segurança» no mundo, lançou o alerta para as tentativas de recrutamento, por parte de Israel, de novos aliados no seio do mundo árabe.
«O regime sionista ocupante [de Israel], numa tentativa de normalizar a sua situação, referiu-se pela primeira vez a certos países árabes como seus aliados contra a frente de resistência, em vez de os apontar como seus inimigos», disse o chefe de Estado iraniano, citado pela PressTV.
Neste sentido, Rohani avisou que a normalização de relações entre alguns dos países árabes e Israel significaria virar as costas, abandonando-os ao esquecimento, a todos os crimes cometidos por Israel na Palestina e noutros países muçulmanos.
Unidade e resistência
Na declaração final da conferência, os participantes destacam a necessidade de pôr fim às sete décadas de ocupação israelita, apelam a uma maior unidade entre os palestinianos e sublinham que a resistência é o único caminho.
«Ressaltamos a continuidade dos esforços para pôr fim a sete décadas de regime de ocupação, garantir a integridade territorial da Palestina desde o mar até ao rio e estabelecer um Governo palestiniano em Al-Quds (Jerusalém)», lê-se no texto.
Condenando os esforços de judaização de Jerusalém e a manipulação sistemática dos seus símbolos e identidade, o documento deixa também expressa a condenação ao apoio dos EUA a Israel, bem como a uma possível mudança da Embaixada norte-americana para Jerusalém.
Num outro ponto, a declaração enaltece a tomada de posição recente de organizações internacionais sobre a política expansionista dos colonatos israelitas, que viola o direito internacional e deita mais lenha para o fogo do «conflito». À comunidade internacional, os participantes pedem maior firmeza na pressão sobre Israel, de forma a acabar com a sua «desumanidade» nos territórios ocupados, em que se incluem os «assassinatos selectivos» e as «expulsões» dos palestinianos.
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