Israel libertou Khalida Jarrar, dirigente da FPLP quase 2 anos presa sem julgamento

Khalida Jarrar, de 56 anos, deputada ao Conselho Legislativo Palestiniano (parlamento), foi libertada junto ao posto de controlo militar israelita de Salem, no distrito de Jenin (Norte da Margem Ocidental ocupada), informou a agência Ma'an.

A mesma fonte acrescentou que a libertação ocorreu às primeiras horas da manhã «para evitar que familiares e activistas organizassem uma cerimónia de boas-vindas».

O seu advogado afirmou que ele e a família de Jarrar tinham sido avisados de que a detenção administrativa da dirigente da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) não seria renovada.

Defensora tenaz dos direitos dos prisioneiros palestinianos e uma das figuras políticas palestinianas que se têm destacado na crítica à ocupação israelita e na condenação das atrocidades cometidas contra os palestinianos, Jarrar viu a sua detenção administrativa ser prolongada sucessivamente quatro vezes desde que foi presa pela última vez, em 2 de Julho de 2017.

Recorde-se que, ao abrigo deste regime de aprisionamento, as autoridades israelitas podem manter manter palestinianos presos indefinidamente, sem julgamento nem culpa formada.

Khalida Jarrar foi presa diversas vezes, a última das quais na madrugada de 2 de Julho de 2017, na sua casa, em Ramallah, no âmbito de uma operação contra vários dirigentes e militantes da FPLP.

Antes, havia sido detida em 2 de Abril de 2015, vindo a ser libertada em 3 de Junho do ano seguinte, com uma pena de 12 meses suspensa durante um período de cinco anos.

Quando, em Junho do ano passado, os tribunais israelitas prolongaram pela terceira vez a detenção administrativa de Jarrar, a FPLP, sublinhou, em comunicado, que a «detenção continuada de Khalida Jarrar não irá vergar a sua vontade», fazendo «apenas aumentar a sua determinação e o seu compromisso com a libertação nacional da Palestina». Por seu lado, Jarrar deixou claro que o seu compromisso com a luta de libertação do seu povo permanecia intocado.

De acordo com a organização de defesa dos direitos presos Addameer, Israel mantém actualmente 495 prisioneiros palestinianos em regime de detenção administrativa.