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Jogador do Mainz despedido por se posicionar a favor da Palestina

Anwar El Ghazi, atacante holandês, foi despedido por ter demonstrado nas redes sociais o seu apoio à causa palestiniana. Face ao despedimento, o jogador já reagiu dizendo: «A perda do meu ganha-pão não é nada quando comparado com Gaza».

A imposição do pensamento único com a criminalização de pensamentos diferentes ao imposto pela ideologia dominante continua a fazer vítimas. Desta vez, o caso acaba por ganhar mediatismo porque se trata do futebol e porque nada disto é normal.

No passado mês, após a intensificação e escalada da agressão de Israel e ao povo palestiniano, um jogador do Mainz, Anwar El Ghazi, escolheu não ficar calado e, dada a plataforma e visibilidade que tem, escreveu nas suas redes sociais «Do rio ao mar, a Palestina será livre». 

Parece que o clube alemão, aproveitando a tendência censória e persecutória a que se assiste na Europa, aliado a um passado mal resolvido na história alemã, viu antissemitismo na declaração solidária do jogador com um povo que sofre um massacre. A primeira acção foi suspender o futebolista, mas após o jogador ter sido reintegrado, este manteve a sua posição, reiterando-a, ao dizer «Não me arrependo nem tenho qualquer remorso pela minha posição. Não me distancio do que disse e defendo, hoje e até ao meu último suspiro, a humanidade e os oprimidos».

 Ontem o caso chegou ao fim, e o clube alemão informou, num comunicado de três linhas, que havia despedido Anwar El Ghazi. No mesmo pode ler-se: «O FSV Mainz 05 rescindiu a relação contratual com Anwar El Ghazi e demitiu o jogador com efeito imediato na sexta-feira. O clube toma esta medida em resposta às declarações e publicações do jogador nas redes sociais».

Apesar do despedimento, Anwar El Ghazi, fiel à sua dignidade e à justa causa de um povo oprimido, reagiu nas suas redes sociais, escrevendo «Defende o que é certo, mesmo que isso signifique ficar sozinho. A perda do meu ganha-pão não é nada quando comparado com o inferno a que estão a sujeitar as pessoas inocentes e vulneráveis de Gaza. Párem com a matança». 

Anwar El Ghazi entra assim nas páginas eternas do futebol, ficando ao lado daqueles que, mesmo tendo ganho muito ou pouco, merecem ser falados, não pelas suas conquistas ou falta delas, mas pelas suas convicções inabaláveis, conscientes do preço a pagar. 
 

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