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Apoiantes do Osasuna pediram «cartão vermelho» para Israel

Aproveitando o burburinho mediático que um jogo com o Real Madrid sempre gera, a bancada sul do Sadar, em Pamplona, mostrou apoio à Palestina e denunciou o genocídio cometido pelos sionistas.

Adeptos bascos pedem «cartão vermelho para Israel» durante o jogo entre o Osasuna e o Real Madrid, no estádio do Sadar, em Pamplona, a 15 de Fevereiro de 2025 Créditos / Facebook

Este sábado, em dia de jogo «grande» no Sadar, os Indar Gorri (apoiantes organizados do Osasuna, antifascistas) aproveitaram para exibir faixas a pedir «o cartão vermelho» para Israel, em basco e inglês: «Atera txartel gorria Israeli» e «Show 'Israel' the red card», respectivamente.

A iniciativa não é alheia ao impacto que suscita uma partida de futebol na qual o Real Madrid é um dos protagonistas, já que se trata de um dos grandes e endinheirados (na Europa e no mundo), e traz sempre muitas câmaras atrás (a nível global).

Quando os 22 jogadores subiam ao relvado, as faixas deixaram em evidência a mensagem de clara de oposição à acção ocupacionista e genocida de Israel, bem como a solidariedade dos vermelhos de Pamplona/Iruña com a Palestina – e o efeito gerado era o pretendido, uma vez que, nas redes sociais, imagens alusivas à iniciativa se reproduziram milhares de vezes.

A acção levada a cabo este sábado pelos apoiantes navarros na liga espanhola surge na sequência do apelo lançado pela Green Brigade – claque do Celtic de Glasgow –, que na quarta-feira da semana passada exibiu uma faixa semelhante, durante o encontro que o clube escocês disputou com o Bayern de Munique, a contar para a Liga dos Campeões.

Apelo da Green Brigade e outras respostas

Na quinta-feira, a Green Brigade, há muito conhecida pelos claros posicionamentos antifascistas, anti-sionistas e a favor da Palestina, divulgou um comunicado nas redes sociais a denunciar «os crimes de Israel», a declarar que tais crimes «não têm lugar no nosso jogo bonito» e a solicitar aos máximos organismos do futebol europeu (UEFA) e mundial (FIFA) a exclusão de Israel das suas competições.

«’Israel’ está a cometer genocídio e limpeza étnica; está a praticar apartheid; e está a ocupar ilegalmente território palestiniano. Tudo isto é uma violação do direito internacional», lê-se no texto.

«Nos últimos 15 meses, ‘Israel’ assassinou pelo menos 382 futebolistas palestinianos e pelo menos outros 235 atletas. Destes, pelo menos 96 são crianças e 286 são jovens», denuncia ainda o texto, no qual se afirma que as forças de ocupação destruíram 147 instalações futebolísticas e outros 140 espaços desportivos por toda a Palestina.

«‘Israel’ impediu que o futebol fosse jogado em toda a Palestina», destaca a Green Brigade, apelando aos amantes deste desporto, que é «uma plataforma poderosa e única», para que sejam «corajosos» e façam uso dela, denunciando os «crimes» da ocupação e solidarizando-se com a Palestina.

Além de Pamplona, a resposta a este apelo fez-se sentir em muitos outros locais da Europa e do mundo nos últimos dias, nomeadamente na Palestina, no Líbano, na Irlanda, na Turquia, nos EUA, em Inglaterra (Clapton), em Chipre (Omónia), na Alemanha (Giessen e Carl Zeiss Jena), no Chile (Palestino), em França (PSG), em Itália (Livorno, Stella Rossa, Atletico San Lorenzo e Aquila), em Espanha (Alcorcón e Llangreu), na Grécia (Aris) ou na Escócia (Hibernians).

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