Em declarações à Prensa Latina, a dirigente da ANP referiu-se aos casos de repórteres, sobretudo os que documentavam ataques a manifestantes, que em vários casos foram atingidos por chumbos e espancados.
Nos protestos realizados entre 19 e 29 de Julho, sublinhou, repetiram-se os ataques a jornalistas que se haviam verificado entre Dezembro de 2022 e Março de 2023.
Láinez considerou grave que nenhum dos casos tenha sido investigado e que as autoridades não tenham feito nada para impedir que se repetissem, pelo que antevê que se mantenham impunes.
Teceu críticas à solução proposta pela Polícia durante a vaga anterior de protestos, de acordo com a qual os repórteres se deviam manter num ponto atrás da linha dos agentes, sendo advertidos de que, se saíssem desse espaço, não assumiriam as responsabilidades pelo que lhes pudesse acontecer.
«Esse protocolo era a pior solução, porque impedia a liberdade de movimento dos jornalistas, em vez de decretar aos polícias que se abstivessem de os agredir», afirmou.
A Coordenadora Nacional Unitária de Luta condenou a repressão policial sobre a marcha que, este sábado, pelo quarto dia consecutivo, reclamou democracia e a demissão da presidente, Dina Boluarte. Em Lima, milhares de pessoas mobilizaram-se, ontem, no contexto dos protestos organizados pela Coordenadora Nacional Unitária de Luta (CNUL), gritando palavras de ordem contra o executivo e o Congresso. Os manifestantes, refere a TeleSur, juntaram-se em vários pontos da capital, como a Praça Dos de Mayo e a Bolognesi, seguindo depois em direcção ao Congresso. Apesar do carácter pacífico da mobilização, a Polícia lançou gás lacrimogéneo contra grupos de manifestantes que entraram na Praça San Martín, que tinha sido encerrada por ordem do Município, mas sem que a autarquia tivesse autoridade para o fazer, segundo a Defensoria do Povo (Provedoria de Justiça). Várias pessoas sofreram efeitos de asfixia e tiveram de receber assistência. A CNUL, que integra várias organizações sociais diversas, sindicais e partidos progressistas, referiu que a repressão provocou vários feridos e detidos, um dos quais um membro da Coordenadora, Franco Lucio, quando intercedia junto da Polícia por uma pessoa «ilegalmente detida por distribuir folhetos contra a presidente». «Basta! É desnecessário, abusivo e ilegal que a Polícia Nacional lance bombas de gás lacrimogéneo e reprima uma mobilização que era totalmente pacífica; temos todo o direito a protestar nas ruas e praças», declarou Verónika Mendoza, ex-candidata presidencial pela coligação Juntos por el Perú, que participou na manifestação deste sábado. A Coordenadora Nacional de Direitos Humanos também classificou como injustificada a repressão policial sobre os manifestantes na Praça San Martín que protestavam contra Boluarte. Entre os visados pela acção policial contam-se mulheres aymaras – uma das quais ficou ferida –, pelo que o organismo de defesa dos direitos humanos voltou a denunciar a «violência racista» por parte dos agentes contra as mulheres indígenas que vieram da região sul-andina de Puno até Lima. A retoma dos protestos contra a presidente e o Congresso peruanos ficou marcada pela grande participação, também em Lima. Por todo o Peru, esta quarta-feira, foram reafirmadas as exigências da demissão de Boluarte, de encerramento do Congresso, de convocação de eleições gerais, de saída das tropas norte-americanas do país e de castigo para os responsáveis pelas mortes dos manifestantes nas mobilizações anti-governamentais entre Dezembro do ano passado e Março deste ano. Jorge Pizarro, porta-voz da Coordenadora Nacional Unitária de Luta, destacou o carácter pacífico das mobilizações, o seu alcance a nível nacional e a enorme participação registada na capital, Lima, apesar de toda a campanha governamental e mediática desenvolvida com o intuito de criminalizar o protesto e desmobilizar os cidadãos. Alguma imprensa do país sul-americano sublinhou precisamente a grande manifestação ocorrida em Lima, esta quarta-feira, «muito maior que o esperado», o que se ficará a dever à adesão de novos sectores. Dos bairros populares do Sul, do Norte e do Leste vieram até ao centro da cidade milhares de pessoas, que, segundo refere a Prensa Latina, «não perderam a calma», uma vez a Polícia as tentava encarreirar por determinados caminhos. Durante a marcha na capital, os presentes realizaram uma paragem frente ao Júri Nacional de Eleições, para homenagear o presidente da instituição, Jorge Salas, tendo em conta as tentativas da extrema-direita parlamentar de o destituir por não ter cedido às suas pressões de anular as eleições de 2021, que Pedro Castillo venceu. No local, o secretário-geral da Confederação Geral dos Trabalhadores do Peru (CGTP), Gerónimo López, e o dirigente do Sindicato de Professores de Puno, Lucio Calla, destacaram as virtudes democráticas do magistrado. A maior central sindical peruana reafirmou o apoio à exigência de demissão da presidente Dina Boluarte, «por ilegitimidade e ineficiência», bem como a sua participação nas mobilizações que começam a 19. O presidente da Confederação Geral dos Trabalhadores do Peru (CGTP), Luis Villanueva, defendeu que as manifestações agendadas entre 19 e 28 de Julho se devem manter, tendo em conta que a continuidade de Boluarte no cargo «é inconveniente para os peruanos». Em seu entender, quando o ex-presidente Pedro Castillo foi destituído e preso, Boluarte, que era então vice-presidente, assumiu constitucionalmente o cargo, «mas perdeu a legitimidade assassinando os peruanos». Referiu-se deste modo aos quase 70 mortos durante os protestos que tiveram lugar no país sul-americano contra o actual governo e a actual presidente, desde 7 de Dezembro último e que se prolongaram até Março deste ano. Villanueva sublinhou que o governo de Boluarte se caracteriza pela instabilidade política e «é um governo incapaz», tendo dado como exemplos a má gestão das crises dos surtos de dengue e das chuvas torrenciais no Norte do país. Em declarações citadas pela agência Prensa Latina, afirmou que a saída para a crise política e social passa pela demissão da presidente e a convocação de eleições gerais imediatas, pois a outra via, a das eleições antecipadas, aprovadas pelo Congresso, foi tapada no parlamento, em concertação com o executivo. Sobre os dez dias de protesto com início a 19 de Julho, convocados pela Coordenadora Nacional de Luta, que integra um vasto leque de organizações, como a CGTP, Villanueva disse que as associações patronais estão assustadas com as mobilizações – a seu ver, de modo injustificado. Familiares de vítimas da repressão no país sul-americano realizaram, este sábado, um encontro nacional em Juliaca, tendo denunciado a impunidade prevalecente e exigido a demissão de Dina Boluarte. Participantes no Primeiro Encontro Nacional Cidadão de Vítimas do Regime de Dina Boluarte, realizado este sábado na cidade de Juliaca (departamento de Puno), decidiram continuar a reclamar que sejam julgados os responsáveis pelos massacres cometidos no Peru durante as mobilizações para reivindicar a demissão de Boluarte, eleições gerais antecipadas e o encerramento do Congresso. Familiares das vítimas da repressão e delegados provenientes dos departamentos de Apurímac, Cusco, Ayacucho e Puno criticaram a impunidade que impera em torno das mortes dos manifestantes e exigiram renúncia da presidente de facto, refere a TeleSur. Na mesma ocasião, sublinharam que, enquanto dezenas de pessoas continuam na cadeia por participarem em mobilizações, até agora não foram julgados quaisquer responsáveis directos ou autores políticos dos assassinatos dos manifestantes. Entre as várias decisões tomadas no encontro nacional, conta-se o anúncio da realização de uma marcha até à capital, Lima, para reclamar maior celeridade nas investigações sobre factos da repressão policial e militar, que provocou a morte a mais de 60 manifestantes. Segundo refere a TeleSur, os participantes expressaram ainda o repúdio pelas «manobras do governo e da imprensa dominante para silenciar o encontro», bem como para impedir que nele participassem organizações de defesa dos direitos humanos. Ainda no sábado, realizou-se uma mobilização na Praça de Armas de Juliaca, para evocar as 19 vítimas mortais da repressão nessa cidade, a 15 de Janeiro último, assim como os manifestantes que foram mortos, a 10 de Dezembro de 2022, em Ayacucho. As manifestações no Peru contra o governo de facto mantêm-se desde 7 de Dezembro último, quando o então presidente, Pedro Castillo, foi destituído e preso, e Dina Boluarte foi empossada. Milhares de pessoas vieram para as ruas, exigindo a demissão de Dina Boluarte, o encerramento do Congresso, a criação de uma Assembleia Constituinte e uma nova Constituição. Repressão foi a resposta do governo de facto aos milhares que, esta quinta-feira, reafirmaram a exigência de demissão de Boluarte. No dia 18, a embaixadora dos EUA reuniu-se com o ministro da Energia e Minas. No âmbito da paralisação nacional iniciada a 4 de Janeiro, os «provincianos» que têm andado a denunciar o golpe, a exigir a demissão de Dina Boluarte, o encerramento do Congresso, eleições antecipadas e uma Assembleia Constituinte vieram de regiões como Apurímac, Cusco, Huancavelica, Arequipa, Puno, Ayacucho, entre outras. Os convocantes chamaram-lhe «Marcha de los Cuatro Suyos» até Lima, num contexto em que também a Confederação Geral dos Trabalhadores do Peru (CGTP) e a Assembleia Nacional dos Povos (ANP) convocaram para esta quinta-feira uma jornada de greve e mobilização nacional. Diversos grupos de manifestantes vindos de fora e os residentes na capital desfilaram de forma pacífica com bandeiras nacionais e indígenas, bem como com cartazes e faixas a patentear as suas exigências. [Vídeo: na Praça 2 de Maio] A certa altura, refere a TeleSur, elementos da Polícia, que apareceram na manifestação em carros blindados, começaram a lançar bombas de gás lacrimogéneo, sem que se registasse violência ou distúrbios. Outro facto apontado pela fonte é que o enorme dispositivo policial formava barreiras para impedir a passagem dos manifestantes, dividindo-os. O nono dia consecutivo de greves e mobilizações ficou marcado por uma grande manifestação em Lima, detenções de dirigentes sociais em Ayacucho e a demissão do ministro do Trabalho do governo de facto. O número de vítimas mortais nos protestos subsequentes à destituição de Pedro Castillo, a 7 de Dezembro último, subiu para 48, depois de as autoridades de medicina legal terem confirmado a morte de um adolescente – atingido com uma bala na cabeça – no departamento de Puno, ontem à tarde. Também confirmaram que todas as vítimas do massacre de Juliaca, perpetrado dia 9 naquele departamento andino, faleceram com impactos de bala. Na véspera, um outro jovem faleceu nos protestos contra o governo de Boluarte, na cidade de Cusco, onde a Polícia reprimiu de forma violenta as manifestações que ali tiveram lugar. Há ainda registo de pelo menos 56 feridos e de mais de uma dezena de detenções. Ontem, houve manifestações, em ambiente de grande tensão, em vários pontos da região sul-andina, nomeadamente nos departamentos de Puno, Cusco, Moquegua, Madre de Dios, Arequipa, Apurímac, Tacna e Ayacucho. Houve ainda cortes de estradas em múltiplas províncias do país sul-americano. Até ao meio-dia, a Superintendência de Transporte Terrestre de Pessoas, Carga e Mercadorias (Sutran) registou 78 bloqueios em dez regiões. Em Ayacucho, foram detidos três dirigentes sociais, um dos quais dirigente da Frente de Defesa do Povo de Ayacucho, alertou a Coordenadora Nacional de Direitos Humanos, informando que tinham acabado de participar num acto cultural na Casa do Professor. No passado dia 4 de Janeiro, teve início no Peru uma greve por tempo indeterminado, no âmbito da qual organizações sociais e sindicais exigem a demissão de Boluarte, o encerramento do Congresso, eleições antecipadas já em 2023, uma Assembleia Constituinte, uma nova Constituição, e a libertação do ex-presidente Pedro Castillo, que se encontra detido. Esta greve dá sequência aos protestos iniciados logo que o Congresso destituiu Castillo, a 7 de Dezembro, e empossou a até então vice-presidente, Dina Boluarte, como nova presidente da República – a que os manifestantes chamam «traidora» e, mais recentemente, «assassina». Na capital do país, milhares de trabalhadores [vídeo] responderam ao apelo da Confederação Geral dos Trabalhadores do Peru (CGTP) e manifestaram-se pelo centro da cidade gritando palavras de ordem contra Boluarte. Num comunicado emitido ontem, anterior à manifestação, a CGTP não atribui qualquer crédito ao voto de confiança que o Congresso, «cúmplice dos actos criminosos do regime», deu ao «gabinete ministerial da ditadura cívico-militar-empresarial de Dina Boluarte». Reafirmando que vai continuar a lutar pelos direitos dos trabalhadores, a central sindical diz que «persistirá na luta democrática, juntamente com os trabalhadores e as organizações sociais de todo o país, pela demissão de Dina Boluarte, eleições antecipadas imediatas e um referendo por uma nova Constituição». Centenas de polícias, refere a TeleSur, acompanharam a mobilização, formando muralhas humanas em torno dos manifestantes, mas os episódios de repressão, ao contrário de outras ocasiões, foram esporádicos. Neste contexto, a Federação Sindical Mundial fez um apelo à solidariedade com o povo e os trabalhadores do Peru, lembrando o papel assumido pela direita no país sul-americano, a grande mobilização popular em defesa da democracia e condenando «a criminosa política neoliberal» pela «forte repressão e violência». Confrontado com protestos que teimam em não parar, o primeiro-ministro, Alberto Otárola, afirmou que a presidente do governo de facto – que tem o apoio da Embaixada dos EUA em Lima – não se vai demitir, e defendeu a forma de actuar da Polícia e das Forças Armadas nas manifestações, dizendo que as mortes são da responsabilidade de quem atacou o Estado. Quem deixou de alinhar com esta versão foi o ministro do Trabalho, Eduardo García, ao assumir a impopularidade do Congresso, que as eleições não podem ser só em 2024 e que as mortes dos «irmãos» na região sul-andina são uma «tragédia», indica a Prensa Latina. É o terceiro ministro a abandonar o executivo golpista. Entretanto, um grupo de juristas revelou que está juntar provas para fundamentar uma queixa contra a presidente Boluarte, que apontam como principal responsável pelo «assassinato» de quase meia centena de manifestantes desde o início dos protestos. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Com a passagem do dia, alguns grupos conseguiram juntar-se, formando uma enorme multidão a que também se uniu a marcha do movimento sindical, convocada pela CGTP e as organizações que integram a ANP – que classificaram como «contundente» a adesão à paralisação nacional esta quinta-feira. Entretanto, encurralados pelas barreiras policiais e pelo gás lacrimogéneo, alguns grupos atiraram pedras à Polícia, e o centro de Lima tornou-se o cenário de uma «batalha campal», refere a Prensa Latina. No resto do país, ontem multiplicaram-se as mobilizações de protesto e as greves, e o número de bloqueios nas estradas chegou a 127, em 44 províncias. Entretanto, os responsáveis da Saúde do governo regional de Arequipa confirmaram que, esta quinta-feira, uma pessoa foi morta a tiro, quando um grupo de manifestantes tentava tomar de assalto o aeroporto local. O número de pessoas mortas pelas forças de segurança desde o início dos protestos no Peru, a 7 de Dezembro de 2022, sobe para 44, de acordo com os dados da Provedoria de Justiça. A estes, juntam-se outros nove em acções ou incidentes ligados aos protestos, pelo que se registam pelo menos 53 mortes durante as manifestações contra o Congresso e a presidente da República, Dina Boluarte, que assumiu o cargo quando o Parlamento destituiu Pedro Castillo. Respondendo na TV à grande mobilização, que quebrou pela força, a presidente de facto do Peru reafirmou que não se vai demitir, disse que o seu governo está unido e voltou a catalogar as manifestações como acções de vandalismo e de delinquência, responsáveis pela agitação social no país sul-americano. Disse ainda que é preciso diálogo e, em simultâneo, ameaçou os manifestantes com «todo o peso da Lei» em todo o país. Do que Boluarte não falou foi do forte apoio que a embaixadora norte-americana no país, a ex-CIA Lisa Kenna, deu ao golpe e ao governo golpista. O jornalista Ben Norton, no portal geopoliticaleconomy.com, lembra que o Peru tem largas reservas de cobre, ouro, zinco, prata, chumbo, ferro e gás natural, e que Kenna se tem reunido regularmente com figuras de proa do governo de facto peruano. No passado dia 18, teve uma reunião com o ministro da Energia e Minas, tendo discutido oportunidades de «investimento» e planos para «desenvolver» e «expandir» as indústrias extractivas. Além dos EUA, recorda o jornalista norte-americano, a Europa também tem muito interesse nos recursos peruanos, estando a importar, nomeadamente, gás natural liquefeito para substituir o gás russo, no contexto do boicote imposto pela UE à importação de energia russa por causa da guerra entre a NATO e a Rússia na Ucrânia. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Denunciando a existência de um golpe, as manifestações voltaram a ganhar intensidade no início de Janeiro, tendo como epicentro as regiões sul-andinas do país. Seguiu-se aquilo a que os manifestantes chamaram a «tomada de Lima», a 19 de Janeiro, e um período de grandes manifestações na capital – que foram fortemente reprimidas. Os protestos contra o golpe ainda continuam no Peru – embora com menor intensidade. Também se mantém em actualização o registo de vítimas mortais da repressão. Esta sexta-feira, faleceu Manuel Quilla Ticona, de 36 anos, que tinha sido hospitalizado depois de participar em mobilizações em Lima. Os seus familiares afirmam que foi detido pela Polícia e torturado, e exigem justiça. Foi enterrado este domingo na província de Huancané (região de Puno), de onde era natural. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. A este propósito, o dirigente sindical explicou que não se trata de uma greve geral, mas de mobilizações de protesto e uma marcha de grupos de representantes das regiões do país até Lima, tendo referido que os sindicatos filiados na CGTP vão mobilizar-se nas suas respectivas regiões. Villanueva reafirmou que as mobilizações terão um carácter pacífico, embora tenha alertado para o risco de provocadores infiltrados; por isso, os organizadores terão brigadas que estarão atentas, de modo a neutralizar a sua actividade. Os empresários deviam preocupar-se mais com o «impopular Congresso, que cria mais dias feriados, e o governo, que decreta feriados longos», argumentando que assim estão a promover o turismo, disse ainda o dirigente da CGTP, sublinhando que a população carece de recursos para andar a passear. Numa conferência de imprensa, em Lima, dirigentes sindicais, agrícolas, de organizações regionais, estudantis e de bairro que integram a Coordenadora Nacional de Luta reagiram à notícia publicada no semanário Hildebrandt en sus trece sobre fundos públicos e privados cujo objectivo será reprimir as mobilizações. Decorreu, este fim-de-semana, o Primeiro Encontro Nacional de Regiões e do Povo Organizado, que decidiu realizar dez dias de protestos contra Dina Boluarte, actual presidente do Peru. No final dos dois dias de encontro, que decorreu na capital peruana com lemas como «Fora do Peru, tropas yankees», «Que a máfia toda se vá embora» ou «O povo unido vencerá», as organizações sociais, sindicais e políticas presentes decidiram realizar novas jornadas de luta, entre 19 e 28 de Julho, contra o governo de Dina Boluarte. No encontro, refere a TeleSur, participaram delegados de todas as regiões do Peru, bem como da Confederação Geral dos Trabalhadores do Peru (CGTP), da Central Unitária dos Trabalhadores (CUT), da Assembleia Nacional dos Povos, do Comando Unitário Nacional de Luta, de associações de bairros populares de Lima, entre outras organizações. Milhares de pessoas, convocadas por organizações de esquerda e movimentos sociais, manifestaram-se, este sábado, no centro de Lima contra a presidente golpista e em defesa de eleições antecipadas. A mobilização deste sábado, na capital peruana, está a ser encarada como o reinício das acções de protesto contra o governo, tendo como exigências a demissão de Dina Boluarte, o fim do seu executivo e a realização de novas eleições gerais, antecipadas, de forma a solucionar a chamada «crise de legitimidade do governo e do Congresso». Os manifestantes reclamaram igualmente justiça para os mortos durante os protestos anti-governamentais que se seguiram à destituição e à detenção de Pedro Castillo, entre o início de Dezembro de 2022 e Março deste ano. De acordo com a TeleSur, a marcha, convocada sob a designação «Contra a ditadura do Congresso e o governo cúmplice», conseguiu chegar às sedes do Ministério Público e do Parlamento, instituição que os manifestantes acusam de ter imposto uma «ditadura» ao país sul-americano. Tendo-se concentrado na Praça de San Martín, os manifestantes desfilaram depois por ruas e avenidas gritando palavras de ordem contra Dina Boluarte e o Congresso, exibindo faixas e cartazes contra esses mesmos protagonistas e mostrando bandeiras negras do Peru, como sinal de luto pelos mais de 65 falecidos devido à repressão militar e policial. Entretanto, a marcha deste sábado está a ser vista como uma espécie de preparação para a terceira «Tomada de Lima», anunciada para 19 de Julho próximo e durante a qual se prevê que milhares de pessoas «invadam» a capital, provenientes do Norte, do Centro e do Sul do país – sendo esta última região aquela onde se verificou a resistência mais tenaz a Dina Boluarte. A Confederação Geral dos Trabalhadores do Peru (CGTP) e a Assembleia Nacional dos Povos já manifestaram o seu apoio a esta nova edição da «Tomada de Lima», tendo afirmado que a presidente golpista se deve demitir até lá para «evitar a agitação social», pois «os peruanos estão determinados a recuperar a democracia». Uma sondagem realizada pelo Instituto de Estudios Peruanos (IEP), publicada no dia subsequente à manifestação de sábado, revela que 80% dos inquiridos rejeitam Dina Boluarte, o índice mais elevado desde que a governante chegou ao poder – que é apoiada por apenas 12% dos inquiridos. Repressão foi a resposta do governo de facto aos milhares que, esta quinta-feira, reafirmaram a exigência de demissão de Boluarte. No dia 18, a embaixadora dos EUA reuniu-se com o ministro da Energia e Minas. No âmbito da paralisação nacional iniciada a 4 de Janeiro, os «provincianos» que têm andado a denunciar o golpe, a exigir a demissão de Dina Boluarte, o encerramento do Congresso, eleições antecipadas e uma Assembleia Constituinte vieram de regiões como Apurímac, Cusco, Huancavelica, Arequipa, Puno, Ayacucho, entre outras. Os convocantes chamaram-lhe «Marcha de los Cuatro Suyos» até Lima, num contexto em que também a Confederação Geral dos Trabalhadores do Peru (CGTP) e a Assembleia Nacional dos Povos (ANP) convocaram para esta quinta-feira uma jornada de greve e mobilização nacional. Diversos grupos de manifestantes vindos de fora e os residentes na capital desfilaram de forma pacífica com bandeiras nacionais e indígenas, bem como com cartazes e faixas a patentear as suas exigências. [Vídeo: na Praça 2 de Maio] A certa altura, refere a TeleSur, elementos da Polícia, que apareceram na manifestação em carros blindados, começaram a lançar bombas de gás lacrimogéneo, sem que se registasse violência ou distúrbios. Outro facto apontado pela fonte é que o enorme dispositivo policial formava barreiras para impedir a passagem dos manifestantes, dividindo-os. O nono dia consecutivo de greves e mobilizações ficou marcado por uma grande manifestação em Lima, detenções de dirigentes sociais em Ayacucho e a demissão do ministro do Trabalho do governo de facto. O número de vítimas mortais nos protestos subsequentes à destituição de Pedro Castillo, a 7 de Dezembro último, subiu para 48, depois de as autoridades de medicina legal terem confirmado a morte de um adolescente – atingido com uma bala na cabeça – no departamento de Puno, ontem à tarde. Também confirmaram que todas as vítimas do massacre de Juliaca, perpetrado dia 9 naquele departamento andino, faleceram com impactos de bala. Na véspera, um outro jovem faleceu nos protestos contra o governo de Boluarte, na cidade de Cusco, onde a Polícia reprimiu de forma violenta as manifestações que ali tiveram lugar. Há ainda registo de pelo menos 56 feridos e de mais de uma dezena de detenções. Ontem, houve manifestações, em ambiente de grande tensão, em vários pontos da região sul-andina, nomeadamente nos departamentos de Puno, Cusco, Moquegua, Madre de Dios, Arequipa, Apurímac, Tacna e Ayacucho. Houve ainda cortes de estradas em múltiplas províncias do país sul-americano. Até ao meio-dia, a Superintendência de Transporte Terrestre de Pessoas, Carga e Mercadorias (Sutran) registou 78 bloqueios em dez regiões. Em Ayacucho, foram detidos três dirigentes sociais, um dos quais dirigente da Frente de Defesa do Povo de Ayacucho, alertou a Coordenadora Nacional de Direitos Humanos, informando que tinham acabado de participar num acto cultural na Casa do Professor. No passado dia 4 de Janeiro, teve início no Peru uma greve por tempo indeterminado, no âmbito da qual organizações sociais e sindicais exigem a demissão de Boluarte, o encerramento do Congresso, eleições antecipadas já em 2023, uma Assembleia Constituinte, uma nova Constituição, e a libertação do ex-presidente Pedro Castillo, que se encontra detido. Esta greve dá sequência aos protestos iniciados logo que o Congresso destituiu Castillo, a 7 de Dezembro, e empossou a até então vice-presidente, Dina Boluarte, como nova presidente da República – a que os manifestantes chamam «traidora» e, mais recentemente, «assassina». Na capital do país, milhares de trabalhadores [vídeo] responderam ao apelo da Confederação Geral dos Trabalhadores do Peru (CGTP) e manifestaram-se pelo centro da cidade gritando palavras de ordem contra Boluarte. Num comunicado emitido ontem, anterior à manifestação, a CGTP não atribui qualquer crédito ao voto de confiança que o Congresso, «cúmplice dos actos criminosos do regime», deu ao «gabinete ministerial da ditadura cívico-militar-empresarial de Dina Boluarte». Reafirmando que vai continuar a lutar pelos direitos dos trabalhadores, a central sindical diz que «persistirá na luta democrática, juntamente com os trabalhadores e as organizações sociais de todo o país, pela demissão de Dina Boluarte, eleições antecipadas imediatas e um referendo por uma nova Constituição». Centenas de polícias, refere a TeleSur, acompanharam a mobilização, formando muralhas humanas em torno dos manifestantes, mas os episódios de repressão, ao contrário de outras ocasiões, foram esporádicos. Neste contexto, a Federação Sindical Mundial fez um apelo à solidariedade com o povo e os trabalhadores do Peru, lembrando o papel assumido pela direita no país sul-americano, a grande mobilização popular em defesa da democracia e condenando «a criminosa política neoliberal» pela «forte repressão e violência». Confrontado com protestos que teimam em não parar, o primeiro-ministro, Alberto Otárola, afirmou que a presidente do governo de facto – que tem o apoio da Embaixada dos EUA em Lima – não se vai demitir, e defendeu a forma de actuar da Polícia e das Forças Armadas nas manifestações, dizendo que as mortes são da responsabilidade de quem atacou o Estado. Quem deixou de alinhar com esta versão foi o ministro do Trabalho, Eduardo García, ao assumir a impopularidade do Congresso, que as eleições não podem ser só em 2024 e que as mortes dos «irmãos» na região sul-andina são uma «tragédia», indica a Prensa Latina. É o terceiro ministro a abandonar o executivo golpista. Entretanto, um grupo de juristas revelou que está juntar provas para fundamentar uma queixa contra a presidente Boluarte, que apontam como principal responsável pelo «assassinato» de quase meia centena de manifestantes desde o início dos protestos. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Com a passagem do dia, alguns grupos conseguiram juntar-se, formando uma enorme multidão a que também se uniu a marcha do movimento sindical, convocada pela CGTP e as organizações que integram a ANP – que classificaram como «contundente» a adesão à paralisação nacional esta quinta-feira. Entretanto, encurralados pelas barreiras policiais e pelo gás lacrimogéneo, alguns grupos atiraram pedras à Polícia, e o centro de Lima tornou-se o cenário de uma «batalha campal», refere a Prensa Latina. No resto do país, ontem multiplicaram-se as mobilizações de protesto e as greves, e o número de bloqueios nas estradas chegou a 127, em 44 províncias. Entretanto, os responsáveis da Saúde do governo regional de Arequipa confirmaram que, esta quinta-feira, uma pessoa foi morta a tiro, quando um grupo de manifestantes tentava tomar de assalto o aeroporto local. O número de pessoas mortas pelas forças de segurança desde o início dos protestos no Peru, a 7 de Dezembro de 2022, sobe para 44, de acordo com os dados da Provedoria de Justiça. A estes, juntam-se outros nove em acções ou incidentes ligados aos protestos, pelo que se registam pelo menos 53 mortes durante as manifestações contra o Congresso e a presidente da República, Dina Boluarte, que assumiu o cargo quando o Parlamento destituiu Pedro Castillo. Respondendo na TV à grande mobilização, que quebrou pela força, a presidente de facto do Peru reafirmou que não se vai demitir, disse que o seu governo está unido e voltou a catalogar as manifestações como acções de vandalismo e de delinquência, responsáveis pela agitação social no país sul-americano. Disse ainda que é preciso diálogo e, em simultâneo, ameaçou os manifestantes com «todo o peso da Lei» em todo o país. Do que Boluarte não falou foi do forte apoio que a embaixadora norte-americana no país, a ex-CIA Lisa Kenna, deu ao golpe e ao governo golpista. O jornalista Ben Norton, no portal geopoliticaleconomy.com, lembra que o Peru tem largas reservas de cobre, ouro, zinco, prata, chumbo, ferro e gás natural, e que Kenna se tem reunido regularmente com figuras de proa do governo de facto peruano. No passado dia 18, teve uma reunião com o ministro da Energia e Minas, tendo discutido oportunidades de «investimento» e planos para «desenvolver» e «expandir» as indústrias extractivas. Além dos EUA, recorda o jornalista norte-americano, a Europa também tem muito interesse nos recursos peruanos, estando a importar, nomeadamente, gás natural liquefeito para substituir o gás russo, no contexto do boicote imposto pela UE à importação de energia russa por causa da guerra entre a NATO e a Rússia na Ucrânia. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Quanto ao Parlamento, que é alvo de vários questionamentos, é visto de forma negativa por 91%, contra 6% que o aprovam. Sobre a actuação do governo golpista liderado pela presidente Boluarte, a sondagem do IEP mostra que 67% entendem que é má (36%) ou muito má (31%). Em sentido inverso, 6% pensam que a actuação do governo é boa e 1% afirma que é muito boa. Comparando o governo de Boluarte com o de Castillo, apenas 19% consideraram que o de Boluarte é melhor, enquanto 51% defenderam que é pior que o de Pedro Castillo, que se encontra em prisão preventiva, acusado da alegada prática dos crimes de rebelião e conspiração. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. As reivindicações passam pela demissão de Boluarte, o encerramento do Congresso, a realização imediata de eleições presidenciais e parlamentares, e o início de um processo com vista à assembleia constituinte. Também se exige a libertação dos detidos nos protestos e justiça para os civis mortos durante a repressão militar e policial das mobilizações que tiveram lugar no país entre o início de Dezembro do ano passado e Março de 2023. O novo ciclo de manifestações será designado Jornada Nacional de Mobilização Popular Permanente e terá Lima como epicentro, convergindo para ali representantes de organizações regionais, sindicais, agrárias, entre outras. Previamente, o nome indicado era «Tomada de Lima», mas os organizadores decidiram alterá-lo porque a imprensa de direita recorre à designação para caracterizar as mobilizações como violentas. Em declarações à Prensa Latina, Jorge Pizarro, um dos representantes deste movimento, disse que a reunião procurou elaborar uma plataforma de luta unitária, deixando de lado questões que carecem de consenso, de modo a tornar mais eficaz o protesto, que culmina a 28 de Julho, dia da independência nacional. Familiares de vítimas da repressão no país sul-americano realizaram, este sábado, um encontro nacional em Juliaca, tendo denunciado a impunidade prevalecente e exigido a demissão de Dina Boluarte. Participantes no Primeiro Encontro Nacional Cidadão de Vítimas do Regime de Dina Boluarte, realizado este sábado na cidade de Juliaca (departamento de Puno), decidiram continuar a reclamar que sejam julgados os responsáveis pelos massacres cometidos no Peru durante as mobilizações para reivindicar a demissão de Boluarte, eleições gerais antecipadas e o encerramento do Congresso. Familiares das vítimas da repressão e delegados provenientes dos departamentos de Apurímac, Cusco, Ayacucho e Puno criticaram a impunidade que impera em torno das mortes dos manifestantes e exigiram renúncia da presidente de facto, refere a TeleSur. Na mesma ocasião, sublinharam que, enquanto dezenas de pessoas continuam na cadeia por participarem em mobilizações, até agora não foram julgados quaisquer responsáveis directos ou autores políticos dos assassinatos dos manifestantes. Entre as várias decisões tomadas no encontro nacional, conta-se o anúncio da realização de uma marcha até à capital, Lima, para reclamar maior celeridade nas investigações sobre factos da repressão policial e militar, que provocou a morte a mais de 60 manifestantes. Segundo refere a TeleSur, os participantes expressaram ainda o repúdio pelas «manobras do governo e da imprensa dominante para silenciar o encontro», bem como para impedir que nele participassem organizações de defesa dos direitos humanos. Ainda no sábado, realizou-se uma mobilização na Praça de Armas de Juliaca, para evocar as 19 vítimas mortais da repressão nessa cidade, a 15 de Janeiro último, assim como os manifestantes que foram mortos, a 10 de Dezembro de 2022, em Ayacucho. As manifestações no Peru contra o governo de facto mantêm-se desde 7 de Dezembro último, quando o então presidente, Pedro Castillo, foi destituído e preso, e Dina Boluarte foi empossada. Milhares de pessoas vieram para as ruas, exigindo a demissão de Dina Boluarte, o encerramento do Congresso, a criação de uma Assembleia Constituinte e uma nova Constituição. Repressão foi a resposta do governo de facto aos milhares que, esta quinta-feira, reafirmaram a exigência de demissão de Boluarte. No dia 18, a embaixadora dos EUA reuniu-se com o ministro da Energia e Minas. No âmbito da paralisação nacional iniciada a 4 de Janeiro, os «provincianos» que têm andado a denunciar o golpe, a exigir a demissão de Dina Boluarte, o encerramento do Congresso, eleições antecipadas e uma Assembleia Constituinte vieram de regiões como Apurímac, Cusco, Huancavelica, Arequipa, Puno, Ayacucho, entre outras. Os convocantes chamaram-lhe «Marcha de los Cuatro Suyos» até Lima, num contexto em que também a Confederação Geral dos Trabalhadores do Peru (CGTP) e a Assembleia Nacional dos Povos (ANP) convocaram para esta quinta-feira uma jornada de greve e mobilização nacional. Diversos grupos de manifestantes vindos de fora e os residentes na capital desfilaram de forma pacífica com bandeiras nacionais e indígenas, bem como com cartazes e faixas a patentear as suas exigências. [Vídeo: na Praça 2 de Maio] A certa altura, refere a TeleSur, elementos da Polícia, que apareceram na manifestação em carros blindados, começaram a lançar bombas de gás lacrimogéneo, sem que se registasse violência ou distúrbios. Outro facto apontado pela fonte é que o enorme dispositivo policial formava barreiras para impedir a passagem dos manifestantes, dividindo-os. O nono dia consecutivo de greves e mobilizações ficou marcado por uma grande manifestação em Lima, detenções de dirigentes sociais em Ayacucho e a demissão do ministro do Trabalho do governo de facto. O número de vítimas mortais nos protestos subsequentes à destituição de Pedro Castillo, a 7 de Dezembro último, subiu para 48, depois de as autoridades de medicina legal terem confirmado a morte de um adolescente – atingido com uma bala na cabeça – no departamento de Puno, ontem à tarde. Também confirmaram que todas as vítimas do massacre de Juliaca, perpetrado dia 9 naquele departamento andino, faleceram com impactos de bala. Na véspera, um outro jovem faleceu nos protestos contra o governo de Boluarte, na cidade de Cusco, onde a Polícia reprimiu de forma violenta as manifestações que ali tiveram lugar. Há ainda registo de pelo menos 56 feridos e de mais de uma dezena de detenções. Ontem, houve manifestações, em ambiente de grande tensão, em vários pontos da região sul-andina, nomeadamente nos departamentos de Puno, Cusco, Moquegua, Madre de Dios, Arequipa, Apurímac, Tacna e Ayacucho. Houve ainda cortes de estradas em múltiplas províncias do país sul-americano. Até ao meio-dia, a Superintendência de Transporte Terrestre de Pessoas, Carga e Mercadorias (Sutran) registou 78 bloqueios em dez regiões. Em Ayacucho, foram detidos três dirigentes sociais, um dos quais dirigente da Frente de Defesa do Povo de Ayacucho, alertou a Coordenadora Nacional de Direitos Humanos, informando que tinham acabado de participar num acto cultural na Casa do Professor. No passado dia 4 de Janeiro, teve início no Peru uma greve por tempo indeterminado, no âmbito da qual organizações sociais e sindicais exigem a demissão de Boluarte, o encerramento do Congresso, eleições antecipadas já em 2023, uma Assembleia Constituinte, uma nova Constituição, e a libertação do ex-presidente Pedro Castillo, que se encontra detido. Esta greve dá sequência aos protestos iniciados logo que o Congresso destituiu Castillo, a 7 de Dezembro, e empossou a até então vice-presidente, Dina Boluarte, como nova presidente da República – a que os manifestantes chamam «traidora» e, mais recentemente, «assassina». Na capital do país, milhares de trabalhadores [vídeo] responderam ao apelo da Confederação Geral dos Trabalhadores do Peru (CGTP) e manifestaram-se pelo centro da cidade gritando palavras de ordem contra Boluarte. Num comunicado emitido ontem, anterior à manifestação, a CGTP não atribui qualquer crédito ao voto de confiança que o Congresso, «cúmplice dos actos criminosos do regime», deu ao «gabinete ministerial da ditadura cívico-militar-empresarial de Dina Boluarte». Reafirmando que vai continuar a lutar pelos direitos dos trabalhadores, a central sindical diz que «persistirá na luta democrática, juntamente com os trabalhadores e as organizações sociais de todo o país, pela demissão de Dina Boluarte, eleições antecipadas imediatas e um referendo por uma nova Constituição». Centenas de polícias, refere a TeleSur, acompanharam a mobilização, formando muralhas humanas em torno dos manifestantes, mas os episódios de repressão, ao contrário de outras ocasiões, foram esporádicos. Neste contexto, a Federação Sindical Mundial fez um apelo à solidariedade com o povo e os trabalhadores do Peru, lembrando o papel assumido pela direita no país sul-americano, a grande mobilização popular em defesa da democracia e condenando «a criminosa política neoliberal» pela «forte repressão e violência». Confrontado com protestos que teimam em não parar, o primeiro-ministro, Alberto Otárola, afirmou que a presidente do governo de facto – que tem o apoio da Embaixada dos EUA em Lima – não se vai demitir, e defendeu a forma de actuar da Polícia e das Forças Armadas nas manifestações, dizendo que as mortes são da responsabilidade de quem atacou o Estado. Quem deixou de alinhar com esta versão foi o ministro do Trabalho, Eduardo García, ao assumir a impopularidade do Congresso, que as eleições não podem ser só em 2024 e que as mortes dos «irmãos» na região sul-andina são uma «tragédia», indica a Prensa Latina. É o terceiro ministro a abandonar o executivo golpista. Entretanto, um grupo de juristas revelou que está juntar provas para fundamentar uma queixa contra a presidente Boluarte, que apontam como principal responsável pelo «assassinato» de quase meia centena de manifestantes desde o início dos protestos. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Com a passagem do dia, alguns grupos conseguiram juntar-se, formando uma enorme multidão a que também se uniu a marcha do movimento sindical, convocada pela CGTP e as organizações que integram a ANP – que classificaram como «contundente» a adesão à paralisação nacional esta quinta-feira. Entretanto, encurralados pelas barreiras policiais e pelo gás lacrimogéneo, alguns grupos atiraram pedras à Polícia, e o centro de Lima tornou-se o cenário de uma «batalha campal», refere a Prensa Latina. No resto do país, ontem multiplicaram-se as mobilizações de protesto e as greves, e o número de bloqueios nas estradas chegou a 127, em 44 províncias. Entretanto, os responsáveis da Saúde do governo regional de Arequipa confirmaram que, esta quinta-feira, uma pessoa foi morta a tiro, quando um grupo de manifestantes tentava tomar de assalto o aeroporto local. O número de pessoas mortas pelas forças de segurança desde o início dos protestos no Peru, a 7 de Dezembro de 2022, sobe para 44, de acordo com os dados da Provedoria de Justiça. A estes, juntam-se outros nove em acções ou incidentes ligados aos protestos, pelo que se registam pelo menos 53 mortes durante as manifestações contra o Congresso e a presidente da República, Dina Boluarte, que assumiu o cargo quando o Parlamento destituiu Pedro Castillo. Respondendo na TV à grande mobilização, que quebrou pela força, a presidente de facto do Peru reafirmou que não se vai demitir, disse que o seu governo está unido e voltou a catalogar as manifestações como acções de vandalismo e de delinquência, responsáveis pela agitação social no país sul-americano. Disse ainda que é preciso diálogo e, em simultâneo, ameaçou os manifestantes com «todo o peso da Lei» em todo o país. Do que Boluarte não falou foi do forte apoio que a embaixadora norte-americana no país, a ex-CIA Lisa Kenna, deu ao golpe e ao governo golpista. O jornalista Ben Norton, no portal geopoliticaleconomy.com, lembra que o Peru tem largas reservas de cobre, ouro, zinco, prata, chumbo, ferro e gás natural, e que Kenna se tem reunido regularmente com figuras de proa do governo de facto peruano. No passado dia 18, teve uma reunião com o ministro da Energia e Minas, tendo discutido oportunidades de «investimento» e planos para «desenvolver» e «expandir» as indústrias extractivas. Além dos EUA, recorda o jornalista norte-americano, a Europa também tem muito interesse nos recursos peruanos, estando a importar, nomeadamente, gás natural liquefeito para substituir o gás russo, no contexto do boicote imposto pela UE à importação de energia russa por causa da guerra entre a NATO e a Rússia na Ucrânia. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Denunciando a existência de um golpe, as manifestações voltaram a ganhar intensidade no início de Janeiro, tendo como epicentro as regiões sul-andinas do país. Seguiu-se aquilo a que os manifestantes chamaram a «tomada de Lima», a 19 de Janeiro, e um período de grandes manifestações na capital – que foram fortemente reprimidas. Os protestos contra o golpe ainda continuam no Peru – embora com menor intensidade. Também se mantém em actualização o registo de vítimas mortais da repressão. Esta sexta-feira, faleceu Manuel Quilla Ticona, de 36 anos, que tinha sido hospitalizado depois de participar em mobilizações em Lima. Os seus familiares afirmam que foi detido pela Polícia e torturado, e exigem justiça. Foi enterrado este domingo na província de Huancané (região de Puno), de onde era natural. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. As delegações do interior comprometeram-se a enviar delegações de manifestantes até Lima. No caso de Puno, bastião da resistência contra o governo golpista, afirmaram que iriam enviar mil por cada uma das 13 províncias do território sul-andino. Nos protestos, também se exigirá a saída do país das tropas dos Estados Unidos, cuja entrada foi aprovada pelo Congresso e o Executivo, tendo sido sublinhado no encontro que a chegada dos primeiros contingentes de tropas não é um acaso, precisamente quando se reactivam os protestos populares no país. Na sequência do golpe de Estado contra Castillo, a 7 de Dezembro último, o Peru foi palco de grandes protestos contra o governo de Boluarte, que os organizadores responsabilizam pelas cerca de 70 mortes de civis então ocorridas. Segundo revelou Pizarro, a organização das mobilizações que se avizinham considera a possibilidade de pedir observadores internacionais, para evitar consequências como as da repressão registada durante as manifestações realizadas entre Dezembro e Março. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a publicação, o governo decretou a transferência de 12 milhões de soles (cerca de três milhões de euros) para o Ministério da Defesa, para que sejam atribuídos às Forças Armadas e, desse foram, sirvam para reprimir os protestos que se iniciam esta semana. Para o mesmo fim, acrescenta, irão servir mais 4,7 milhões de soles (mais de 1,1 milhões de euros) entregues por um grupo de bancos à Polícia Nacional. Esta sexta-feira, o secretário da CGTP, Manuel Coronado, denunciou que o financiamento «evidencia claramente que o governo quer incentivar os militares e polícias à repressão, e torná-los mercenários contra o povo». «Isso é algo jamais visto, nem sequer no governo repressivo de Alberto Fujimori (1990-2000), e vamos denunciar a [situação] junto dos organismos nacionais e internacionais de direitos humanos», afirmou, citado pela Prensa Latina. Milhares de pessoas manifestaram-se na capital, no âmbito de uma jornada nacional de mobilização que, em vários pontos do país, desafiou o estado de emergência decretado por Boluarte. Em Lima, milhares de manifestantes responderam, esta quinta-feira, ao apelo de mobilização realizado pela Confederação Geral dos Trabalhadores do Peru (CGTP), a que se juntaram organizações de base, de bairro, comunidades indígenas e sindicatos de múltiplos sectores de actividade. As exigências mantêm-se: demissão de Dina Boluarte, encerramento do Congresso, criação de uma Assembleia Constituinte e uma nova Constituição. No meio de um enorme dispositivo policial, um dos manifestantes disse à TeleSur que «estamos a assinalar um mês da matança que ocorreu na cidade de Juliaca, porque estamos a viver numa ditadura cívico-militar», e lembrou a exigência de demissão de Dina Boluarte, «porque não pode governar sobre o sangue derramado». Ontem, a CGTP deu início a uma greve por tempo indeterminado, em defesa dos direitos dos trabalhadores peruanos e pela demissão da presidente de facto, depois de ter recusado a proposta de diálogo do governo. Dirigentes sindicais sublinharam que «não há confiança» e «não se pode esquecer os nossos mortos», tendo ainda criticado Boluarte por questionar a acção de luta da central sindical, dizendo que «está motivada politicamente». De acordo com a Provedoria de Justiça, às 13h (hora local), havia manifestações e concentrações em províncias como Islay, Arequipa, Cusco, Espinar, Huancavelica, Huancayo, Lima Metropolitana, Tambopata, Mariscal Nieto, Pasco, Carabaya, San Román, Azángaro, Puno, Lampa, Tacna e Coronel Portillo. Para além disso, refere a TeleSur, foram reportados bloqueios rodoviários em 18 províncias do país sul-americano, o que, em muitos casos, significou um desafio ao estado de emergência vigente. Na cidade de Juliaca (região de Puno), manifestantes assediaram durante várias horas o aeroporto Inca Manco Cápac, no contexto da homenagem a cerca de duas dezenas de manifestantes mortos a tiro há um mês. A Rede de Saúde da província de San Román, de que Juliaca é capital, informou que 23 pessoas ficaram feridas, na sequência da intervenção policial e militar. Recorde-se que na região de Puno – uma de várias onde se encontra em vigor o estado de emergência –, o controlo da ordem cabe às Forças Armadas. As manifestações no Peru contra o governo de facto mantêm-se desde 7 de Dezembro último, quando o então presidente, Pedro Castillo, foi destituído e preso, e Dina Boluarte foi empossada. No decorrer das manifestações e protestos associados, foram mortos quase 60 civis e um polícia, e centenas de pessoas ficaram feridas. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Para o dirigente sindical, «é absurdo que um governo que não tem o apoio do povo faça uma demonstração de força», referindo-se às sondagens em que Boluarte aparece com 80 a 90% de desaprovação. Numa conferência em que também participaram representantes de regiões do Sul do país, por via telemática, foram reafirmadas as exigências da demissão de Boluarte, de encerramento do Congresso, de convocação de eleições gerais, de saída das tropas norte-americanas do país e de castigo para os responsáveis pelas mortes dos manifestantes nas mobilizações anti-governamentais. Um representante da zona popular Lima Este instou a população a derrotar aquilo que designou como campanha de medo levada a cabo pelo governo e a imprensa de direita, «defendendo as bandeiras do povo». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na capital, a marcha decorreu de forma pacífica até uma barreira policial impedir a passagem dos manifestantes em direcção ao Congresso. Então, verificaram-se alguns distúrbios, com pedradas do lado de alguns manifestantes e bombas de gás lacrimogéneo do lado da Polícia. Pelo menos uma repórter ficou ferida, por disparo de chumbos. A nível nacional, registaram-se pelo menos mobilizações, concentrações e cortes de estrada em 59 províncias do país, nas regiões costeiras de Piura, Lambayeque, La Libertad, Áncash, Ica, Arequipa, Moquegua e Tacna; nas andinas de Puno, Cusco, Apurímac, Ayacucho, Junín, Pasco e Cajamarca; e nas amazónicas de Loreto, Ucayali, Amazonas e San Martín, revelou a Defensoria do Povo. Os protestos convocados pela Coordenadora Nacional de Luta, que integra um vasto leque de organizações, continuam hoje e prevê-se que durem até 28 de Julho, dia em se comemora a independência nacional. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Segundo refere a Prensa Latina, também foi reportado o caso de uma esquadra que impediu a entrada de advogados para prestar assistência aos detidos, o que «representa abuso de autoridade» e «implica o risco de que os presos sejam torturados». Nas mobilizações deste sábado, foram reafirmadas as exigências de demissão de Boluarte, de encerramento do Congresso, de convocação de eleições gerais, de saída das tropas norte-americanas do país e de castigo para os responsáveis pelas mortes dos manifestantes nas mobilizações anti-governamentais entre Dezembro do ano passado e Março deste ano. Em declarações à TeleSur, alguns manifestantes afirmaram que os protestos vão continuar nos dias 26, 27 e 28 de Julho, tendo deixado claro que, com as mobilizações, estão a lutar pela democracia no país. Para tal, consideram fundamental a criação de uma assembleia constituinte, da qual possa surgir uma Constituição que ajude a deixar para trás um Peru marcado pela desigualdade. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Internacional|
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Por seu lado, o jornalista Jaime Herrera disse que a hostilidade contra a imprensa se manifestou em particular contra quem tentava recolher imagens de abusos policiais.
Referiu-se ao caso do fotojornalista Juan Zapata, do portal de notícias Wayka, que, no dia 19 de Julho foi espancado de forma bárbara na cabeça por um agente e, dez dias depois, foi atingido por uma saraivada de chumbos numa perna – tal como ocorreu a outros três jornalistas.
Herrera disse ainda ter sido testemunha do que a Polícia fez à fotojornalista Alejandra Elías, da TeleSur, «a quem a Polícia atirou ao chão para depois lhe passar por cima, pisando-a».
Também se referiu ao caso do documentarista e professor universitário Kenty Aguirre, que foi submetido a maus-tratos e acusado do crime de distúrbios (danos a pessoas ou bens públicos ou privados), dos quais, afirma o seu advogado, não existe prova alguma.
Pelo menos 12 jornalistas feridos pela Polícia peruana
Na forte repressão exercida sobre os protestos levados a cabo na sexta-feira e no sábado passado contra a presidente Dina Boluarte, a Polícia peruana feriu pelo menos 12 jornalistas, indica a TeleSur.
Trata-se, na maioria dos casos, de repórteres de meios de comunicação alternativos e que registavam a violência desproporcionada dos agentes sobre os manifestantes. Nos sete meses de governo de Boluarte, refere a fonte, a ANP registou mais de 200 agressões contra a imprensa.
Reportagem da Telesur.
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