O acordo de normalização entre Israel e os Emirados Árabes Unidos (EAU), anunciado em 13 de Agosto passado deverá ser formalizado numa cerimónia de assinatura na Casa Branca esta semana.
No entanto, os ministros dos negócios estrangeiros da Liga Árabe, reunidos por videoconferência na passada quarta-feira, rejeitaram uma proposta dos para condenar a normalização em curso entre os Emirados Aárabes Unidos (EAU) e Israel.
Segundo nota divulgada pelo Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), a delegação palestina já sabia que um projecto que condenasse claramente o acordo entre Israel e os Emirados Árabes Unidos seria rejeitado. Por isso, optou por uma posição indirecta que condenava qualquer membro da Liga Árabe que violasse a Iniciativa de Paz Árabe de 2002, mas mesmo assim não teve sucesso.
No entanto, a Palestina e os países árabes concordaram em incluir no comunicado final uma ênfase no compromisso com a Iniciativa de Paz Árabe de 2002, a solução de dois Estados, e o princípio da terra pela paz, segundo declarações do embaixador palestiniano Muhannad Aklouk à agência noticiosa Maan.
«É notória a ambiguidade desta posição, uma vez que a iniciativa árabe insiste que nenhuma normalização entre Israel e os países árabes é possível sem uma solução justa para o conflito israelo-palestino e o estabelecimento de um Estado palestino independente», pode ler-se no comunicado do MPPM.
O Ministro dos Negócios Estrangeiros saudita, Príncipe Faisal bin Farhan al-Saud, numa declaração que não inclui qualquer menção directa a um acordo de normalização entre Israel e os EAU, diz apoiar todos os esforços para alcançar uma solução global para o conflito israelo-palestino e reitera o apoio de Riade à criação de um Estado palestino baseado nas fronteiras de antes da guerra do Médio Oriente de 1967, com Jerusalém Oriental ocupada como capital.
O secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Abul Gheit, salientou que a causa palestina é e continuará a ser objecto de consenso árabe, e que a Iniciativa de Paz Árabe de 2002 continua a ser o roteiro para uma solução justa. «Reitero a nossa rejeição de quaisquer planos ou acordos apresentados internacionalmente que possam minar o direito palestino, ou prejudicar o estatuto da cidade de Jerusalém», disse Abul Gheit que, no entanto, defende que cada país tem o «direito soberano e indiscutível» de conduzir a sua política externa da forma que considerar mais adequada.
A não aprovação da resolução é considerada uma vitória para Israel e o campo árabe pró-normalização, e um golpe nos esforços palestinianos que visam formar uma posição árabe unida sobre a questão.
«O fracasso da Liga em tomar esta decisão leva o governo de ocupação (israelita) e a administração dos EUA a prosseguirem com a implementação da sua conspiração destinada a destruir a causa palestina», disse o Hamas numa declaração.
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