Tendo em conta a recusa do Serviço Prisional Israelita em atender as exigências do movimento dos presos, na quinta-feira passada representantes dos prisioneiros palestinianos nas cadeias israelitas anunciaram que iriam tomar novas medidas, estando previsto que cerca de 120 presos se juntassem ao protesto iniciado, uma semana antes, por 23 presos, revela o Palestine Chronicle.
Ontem, numa conferência de imprensa, o antigo ministro dos Assuntos dos Presos, Wasfi Qabha, confirmou a forte adesão ao protesto, tendo afirmado que a «direcção do movimento dos presos se deparou com uma parede sólida, depois de o serviço prisional da ocupação ter fechado todas as portas ao diálogo», refere The Palestinian Information Centre.
Qabha denunciou o facto de o Serviço Prisional Israelita ter mandado para a solitária dirigentes mais antigos do movimento dos presos, como forma de pressionar os prisioneiros a pôr fim à greve de fome. Alertou, ainda, que a relutância dos israelitas em responder às «justas reivindicações» dos presos palestinianos irá «transformar as prisões em campos de batalha».
Entre as principais exigências dos prisioneiros contam-se a remoção dos inibidores de sinal (jammers) colocados nas cadeias, que provocam dores de cabeças severas e geram doenças cancerígenas; a autorização do uso de telefones públicos cinco dias por semana; a autorização das visitas familiares; e o fim das medidas repressivas das autoridades israelitas, indicou o Clube dos Prisioneiros Palestinianos.
De acordo com o Palestine Chronicle, prisioneiros palestinianos e Serviço Prisional Israelita chegaram a um acordo, em Abril deste ano, que abrangia muitas das exigências dos presos, nomeadamente as relativas à remoção dos inibidores de frequência e à autorização de telefones públicos. No entanto, as forças de ocupação não o respeitaram.
De acordo com organizações de defesa dos direitos dos presos, actualmente há mais de 5000 prisioneiros palestinianos encarcerados em prisões israelitas. Mais de 700 sofrem de doenças graves e, destes, 160 necessitam de cuidados médicos urgentes, segundo a agência WAFA.
Há ainda cerca de 460 palestinianos mantidos em detenção administrativa, um regime que permite ao Exército israelita manter uma pessoa presa sem julgamento nem acusação por um período de até seis meses, renovável indefinidamente.
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