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Mais de 30 civis iemenitas mortos em novos ataques sauditas

O Ministério iemenita da Saúde informou esta terça-feira que os bombardeamentos sauditas na província nortenha de Jawf provocaram a morte a pelo menos 35 civis, 26 dos quais menores.

Os ataques, levados a cabo no sábado pela coligação que a Arábia Saudita lidera, foram encarados como uma acção de vingança, uma vez que atingiram civis que se concentraram perto dos destroços de um caça Tornado abatido pelas forças do movimento popular iemenita Ansarullah, no distrito de al-Maslub, segundo divulgou o canal de TV al-Masirah.

Inicialmente, foram apontadas cerca de três dezenas de vítimas mortais, embora as autoridades tenham alertado para a possibilidade de esse número aumentar. Hoje, o Ministério iemenita da Saúde revelou que, na sequência da sucessão de ataques sauditas na província de Jawf, foram pelo menos mortas 35 pessoas (26 das quais menores) e 23 ficaram feridas (18 das quais menores).

O Ministério iemenita pediu à comunidade internacional e às organizações mundiais que «ergam a voz para condenar e denunciar os crimes perpetrados por Riade e os seus aliados no Iémen», no mesmo dia em que al-Masirah publicou um vídeo da «agressão saudita» – acessível no portal da HispanTV –, no qual se vê os habitantes locais a retirar os corpos sem vida das crianças dos escombros, após os ataques.

A coordenadora humanitária das Nações Unidas para o Iémen, Lise Grande, referiu-se ao ataque como uma «tragédia» e uma medida «não justificada».

Por seu lado, o movimento popular iemenita Ansarullah condenou o massacre, afirmando que, «como é habitual, quando a brutal agressão EUA-Arábia Saudita sofre golpes duros no terreno militar, responde com grande absurdo, atacando civis».

No campo militar, as forças do Exército iemenita e do movimento Huti Ansarullah têm conseguido êxitos repetidos na resposta à ofensiva da coligação saudita, sobretudo nas províncias de Marib, Jawf e Sanaa.


Recorde-se que a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos e uma coligação de países árabes lançaram há quase cinco anos, em Março de 2015, uma grande ofensiva contra o povo iemenita, numa tentativa de suprimir a resistência do movimento Ansarullah e de recolocar no poder o antigo presidente Abd Rabbuh Mansur Hadi, aliado de Riade.

A guerra de agressão, apoiada pelo Ocidente, provocou grande destruição em zonas residenciais e em infra-estruturas civis iemenitas, incluindo hospitais, escolas, fábricas, sistemas de captação de água e centrais eléctricas, e mergulhou o mais pobre dos países árabes naquilo que as Nações Unidas caracterizam como uma das piores crises humanitárias de sempre.

De acordo com a ONU, cerca de 24 milhões de pessoas – perto de 80% da população do país – necessitam de ajuda humanitária no Iémen.

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