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Mais de 30 mil professores de Los Angeles em greve por melhores salários

Os docentes do segundo maior distrito escolar dos EUA exigem aumentos salariais de 6,5% e a redução do número de alunos por turma. É a primeira greve dos professores de Los Angeles desde 1989.

Mais de 30 mil professores manifestaram-se nas ruas de Los Angeles, exigindo melhores salários e turmas com menos alunos
Créditos / Sputnik News

Numa segunda-feira chuvosa, milhares de professores – mais de 30 mil, de acordo com fontes sindicais – manifestaram-se pelas ruas de Los Angeles, exigindo ao estado da Califórnia e ao Distrito Escolar Unificado de Los Angeles (LAUSD, na sigla em inglês) um aumento salarial imediato de 6,5%, a redução do número de alunos por turma e a atribuição de verbas que permitam colocar nas escolas pessoal em falta, como bibliotecários, enfermeiros, conselheiros, entre outros, refere a RT.

A mesma fonte estima que 480 mil dos 640 mil estudantes do LAUSD tenham sido afectados pela greve, que ocorre na sequência de vários protestos de docentes (vitoriosos) em diversos pontos do país e depois do falhanço das negociações entre o LAUSD e o United Teachers Los Angeles (UTLA), o sindicato que organizou a greve.

No passado dia 11, o Distrito Escolar apresentou ao sindicato uma proposta em que se incluíam, entre outros elementos, um aumento salarial de 6% e a passagem do número máximo de alunos por turma para 39. No entanto, segundo refere a CNBC, a organização sindical classificou a proposta como «inadequada», tendo em conta que o LAUSD possui 1,86 mil milhões de dólares de «reservas» que poderiam ser usadas para dar uma resposta positiva às exigências dos professores.

Ao longo da manifestação, os docentes seguravam cartazes com inscrições como «Em greve pelos nossos estudantes», «Acabem com a exploração dos professores», «Salários justos», e gritavam palavras de ordem como «Hey hey! Ho ho! We’re fighting to keep class size low!» [Estamos a lutar para manter o tamanho das turmas reduzido].

No estado mais rico do país mais rico

«Aqui estamos, num dia de chuva, no país mais rico do mundo, no estado mais rico do país, num estado tão azul – e numa cidade repleta de milionários –, onde os professores têm de fazer greve para conseguirem coisas básicas para os seus estudantes», disse Alex Caputo-Pearl, presidente do UTLA, citado pela RT.

Num artigo de opinião que publicou no Los Angeles Times, citado pela CNBC, o dirigente sindical destacou o número de alunos por turma como uma questão fundamental para os docentes, tendo considerado inaceitável que, nas turmas do Ensino Secundário, muitas vezes o número de alunos seja superior a 45. «É absolutamente vergonhoso que o estado mais rico do país seja o 43.º em 50 no que respeita à despesa por estudante», denunciou.

Mike Finn, docente de Educação Especial em Los Feliz, disse ao USA Today que tem 46 alunos numa turma, em condições que classifica como «inimagináveis».

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