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Mais de mil crianças feridas por Israel nos protestos em Gaza

Desde 30 de Março, mais de mil crianças foram feridas na Faixa de Gaza cercada pelas forças de ocupação israelitas, nos protestos da Grande Marcha do Retorno, segundo revelou a Unicef.

As forças militares israelitas reprimiram de forma brutal as mobilizações da Grande Marcha do Retorno, na Faixa de Gaza cercada, e mais de mil crianças ficaram feridas, de acordo com a Unicef
Créditos / RT

Num comunicado emitido esta quarta-feira, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef, na sigla em inglês) afirma que «muitos dos ferimentos [infligidos às crianças] são graves e podem mudar as suas vidas para sempre, alguns dos quais resultaram em amputações».

O texto sublinha que «a intensificação da violência [em Gaza] agravou a situação das crianças, cujas vidas já são insuportavelmente difíceis há muitos anos».

A fragilidade do sistema de saúde na Faixa de Gaza – que é submetido «a grandes cortes de energia, à escassez de combustível, medicamentos e equipamentos» – ficou ainda mais exposta com «a violência recente», afirma a Unicef, de acordo com a qual as instalações de saúde no território cercado estão «a entrar em colapso devido à pressão das vítimas adicionais» da repressão israelita.

No documento, o organismo das Nações Unidas afirma que «as crianças devem ser protegidas» e apela a todos os actores nos territórios ocupados da Palestina a «pôr em prática medidas específicas para manter as crianças fora de perigo e evitar mortes de crianças».

Grande Marcha do Retorno

Desde 30 de Março, os palestinianos levaram a cabo protestos no âmbito daquilo a que chamaram «Grande Marcha do Retorno», contra o bloqueio à Faixa de Gaza, que dura há 11 anos, e pelo direito do regresso dos refugiados e seus descendentes às terras de onde foram expulsos pela limpeza étnica que o Estado de Israel perpetrou desde 1948.

Milhares de palestinianos participaram nos protestos, sempre mais participados às sextas-feiras e brutalmente reprimidos pelas forças armadas israelitas. Esta repressão intensificou-se na segunda-feira passada, 14 de Maio – jornada a que os palestinianos chamaram «Dia de Raiva» em virtude da mudança da Embaixada dos EUA de Telavive para Jerusalém –, tendo-se registado 60 mortos e mais de 2700 feridos.

De acordo com o Ministério da Saúde em Gaza, 102 palestinianos foram mortos e mais de 12 200 ficaram feridos desde 30 de Março, muitos dos quais atingidos por fogo real disparado por franco-atiradores israelitas dispostos ao longo da vedação que separa a Faixa de Gaza de Israel.

O comité organizador da Grande Marcha do Retorno sublinhou, no dia 14, que os palestinianos queriam «mandar a mensagem de que não se adaptaram nem se vão adaptar à condição de refugiados».

Esse comité apelou à realização de uma grande mobilização esta sexta-feira, com o lema «Sexta-feira pelos Mártires e pelos Feridos», refere a PressTV, acrescentando que os franco-atiradores, os tanques e demais veículos militares continuam dispostos ao longo da vedação.

Gaza na agenda: reuniões em Istambul e Genebra

Na Turquia, os líderes do mundo muçulmano estão reunidos numa cimeira de carácter urgente da Organização para a Cooperação Islâmica (OCI), com o propósito de «mostrar solidariedade aos palestinianos» e analisar «dois acontecimentos catastróficos recentes»: a «transferência ilegal e desatrosa da Embaixada dos EUA para Jerusalém» e o «massacre de palestinianos pelo regime sionista», disse à PressTV o presidente iraniano, Hassan Rouhani.

Em Genebra, realiza-se uma sessão especial do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas para debater «as alegações de crimes de guerra cometidos por Israel em Gaza» e decidir sobre a constituição de uma comissão para investigar essas alegações.

A missão israelita junto das Nações Unidas tem ordens para evitar que tal investigação aconteça, indica a PressTV, referindo-se a uma reportagem do Canal 10 israelita.

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