Em declarações à RTL, também referidas pela France 24, Philippe Martínez, secretário-geral da Confederação Geral do Trabalho (CGT), indicou que perto de 300 mil pessoas vieram para as ruas de várias cidades francesas em protesto contra a política de «destruição do modelo social» francês levada a cabo por Macron.
De acordo com os sindicatos, a maior mobilização teve lugar na capital, onde se manifestaram cerca de 50 mil pessoas, incluindo trabalhadores de vários sectores de actividade, reformados, desempregados e estudantes. A Polícia apontou para pouco mais de 20 mil manifestantes.
Philippe Martínez considerou um «êxito» a jornada de mobilização nacional, convocada de forma unitária por diversos sindicatos e organizações de estudantes. Em nota de imprensa, a CGT sublinhou que, para além da dimensão das manifestações, o dia ficou marcado por inúmeras acções, como paralisações, distribuições de panfletos, plenários de trabalhadores e bloqueios em determinadas zonas de actividade.
No documento, afirma-se que o «9 de Outubro foi uma bela demonstração de que os trabalhadores, jovens, desempregados e reformados não querem esta política que aprofunda as desigualdades, tirando aos pobres para dar aos ricos».
Contra a imposição da «lógica do individualismo»
Num comunicado de apelo à participação nas mobilizações, emitido dia 8, a CGT sublinha que as políticas anunciadas recentemente pelo governo de Macron em áreas como Segurança Social, Saúde, Educação, reformas, formação e protecção social no desemprego se inserem na «lógica de individualismo que se tenta impor», atacando a «solidariedade e a justiça social», e «debilitando os mais frágeis, os mais precários, os mais pobres».
Face a uma política de «austeridade implacável», guiada pela «diminuição obsessiva da despesa pública» e que favorece a banca e os dividendos, a CGT apela à defesa dos serviços públicos e à implementação de uma «política de distribuição da riqueza» que permita aumentar os salários, as pensões e as despesas sociais.
De acordo com a imprensa francesa, o repúdio nas ruas pelas políticas sociais do executivo de Emmanuel Macron agudiza a crise que o governo enfrenta actualmente, na sequência da demissão de três dos seus ministros: Gérard Collomb (ministro do Interior), Nicolas Hulot (Ecologia) e Laura Flessel (Desporto).
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