«É melhor morrer na luta do que morrer de fome». A frase é de Margarida Maria Alves, líder do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, que lutou pelos direitos dos trabalhadores rurais e foi assassinada a mando de latifundiários a 12 de Agosto de 1983. Desde 2000 que mulheres trabalhadoras organizadas realizam a Marcha das Margaridas, continuando a luta de Margarida Alves.
Ádila da Mata, técnica do Movimento de Organização Comunitária, afirmou que «a auto-organização das mulheres é o que, sem dúvida, nos mantém de pé. É o que nos fortalece, nos motiva a continuar lutando. Lutando contra esse desgoverno, por tudo que já conquistámos.»
Garantiu que a força vem da unidade entre todas as mulheres «diversas» mas que têm «objectivos em comum» como a «liberdade» e o fim de «todas as formas de opressão e violência».
Como principais desafios da actualidade apontou os ataques aos direitos das mulheres levados a cabo pelo Governo de Jair Bolsonaro. Ao contrário das marchas dos anos anteriores, desta vez não pretendem dialogar com o Governo uma vez que consideram que este não as representa.
Outra participante, Maria Anecy Martins, de 45 anos, sempre quis vir à marcha e este ano cumpriu finalmente esse desejo. Trabalhadora rural disse que não tinha palavras para descrever a iniciativa: «Quando você vê tantas mulheres assim, unidas, em busca de melhorias, de melhores políticas, chega a arrepiar. Eu venho pra participar, pra unir forças com as mulheres.»
A marcha, que ocorre a cada quatro anos, reúne, tradicionalmente, mulheres do campo, da floresta e das águas. Nesta edição, a iniciativa contou com um reforço especial das participantes da 1ª Marcha das Mulheres Indígenas.
Com Brasil de Fato
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