Para participar, hoje, numa mobilização que o Partido Comunista da Índia (Marxista) – PCI(M) – classificou «como a maior marcha do povo trabalhador a que Déli assistiu em décadas», milhares de pessoas, agricultores e trabalhadores do campo na sua maioria, começaram a chegar ontem à capital. De acordo com o The Hindu, só do estado de Maharashtra vieram 10 mil trabalhadores.
Os agricultores, que afirmam estar a ser asfixiados pelas medidas «anti-povo» e pela falta de políticas públicas do governo de Narendra Modi, exigem uma efectiva implementação das leis laborais, bem como melhores salários, a universalização do sistema de ajudas públicas e medidas concretas que conduzam à criação de emprego. Reclamam também o cumprimento de direitos como segurança alimentar, saúde, educação e habitação.
Convocada pelo Centro de Sindicatos da Índia (CITU), a AIKS – frente de camponeses do PCI(M) – e o Sindicato dos Trabalhadores Agrícolas da Índia (AIAWU), a maré humana e vermelha percorreu o centro da cidade até chegar às imediações do Parlamento.
«Estamos aqui para dizer ao governo que, se não mudar de política, somos nós que mudamos de governo», disse na mobilização Hannan Mollah, secretário-geral da AIKS, citado pela agência EFE.
O governo de Modi leva a cabo políticas «contra os trabalhadores», que beneficiam as empresas, «passando por cima do trabalho dos agricultores», acusou o dirigente comunista.
«Porque é que os camponeses não têm o que comer? Porquê, se trabalham duramente de dia e de noite?», perguntou Mollah.
Agricultores «saqueados por políticas neoliberais»
Em declarações ao The Hindu, Hannan Mollah destacou que «os trabalhadores, os agricultores, os trabalhadores do campo são os produtores desta sociedade», mas «não recebem o valor por aquilo que produzem». «O lucro está a ser saqueado por umas quantas empresas, (...) pelas políticas neoliberais», disse.
Aaba Pawar, um agricultor da região de Palghar (no estado de Maharashtra), sublinhou a necessidade de mudança nas políticas do governo: «Não recebemos a remuneração justa pelo que fazemos. Não temos segurança social ou protecção ao nível da Saúde.»
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