A maior mobilização teve lugar em São Paulo. De acordo com a Frente Povo Sem Medo, 60 mil pessoas concentraram-se no Largo da Batata, de onde partiram em manifestação em direcção ao escritório de Temer. Forças policiais fortemente armadas demoveram os manifestantes desse intento, refere o Brasil de Fato, e a marcha foi direccionada para a Praça Panamericana.
Para além de São Paulo, houve manifestações em mais de 30 cidades brasileiras. Com os lemas «Fora, Temer» e «O povo deve decidir», decorreram em cidades como Belo Horizonte, Belém, Fortaleza, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Salvador, convocadas pela Frente Povo Sem Medo, com o apoio do movimento estudantil, de sindicatos e partidos políticos de esquerda.
Guilherme Boulos, membro da Frente Povo Sem Medo, afirmou que a mobilização é pelo «Fora, Temer», em defesa dos direitos ameaçados e para defender que o povo seja consultado sobre como sair da crise neste momento, informa o Portal Vermelho.
Boulos lembrou que não foram precisos «nem dois meses para que as máscaras caíssem e as razões do golpe fossem expostas em praça pública», e defendeu que o povo deve ser «convocado a decidir que fim quer para a crise política».
Contra o golpe, fora do Brasil
Brasileiros residentes no estrangeiro uniram-se, ontem, às mobilizações de protesto contra o golpe e o governo interino de Michel Temer em várias cidades europeias e norte-americanas. De acordo com o portal Opera Mundi, na Europa houve protestos em Lisboa, Amesterdão, Londres, Berlim e Leipzig, Paris, Madrid e Barcelona; nos Estados Unidos, ocorreram mobilizações em Nova Iorque, São Francisco e Washington.
Mobilizações da direita pró-impeachment
Os movimentos de apoio ao golpe também realizaram manifestações em algumas cidades brasileiras, nomeadamente em Curitiba e São Paulo. O Brasil de Fato informa que a manifestação na capital paulista organizada pelos grupos pró-impeachment foi a que menor expressão teve desde o início do processo contra Dilma Rousseff.
Entre os carros de som, destacavam-se o do Revoltados Online, o do Vem Pra Rua e um que pedia o regresso dos militares ao governo, promovido pela União Nacional Democrática e a Liga Cristã Mundial, que também protestava contra a «islamização» do país.
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