|Costa Rica

Milhares voltaram a manifestar-se na Costa Rica contra a reforma fiscal

Ao 17.º dia de greve, milhares de manifestantes desfilaram pelas ruas de San José para protestar contra o projecto de reforma fiscal do Executivo e a repressão exercida sobre os grevistas.

Na Costa Rica, a greve geral por tempo indeterminado contra o projecto de reforma fiscal iniciou-se no dia 10 de Setembro e continua mobilizar muitos milhares de pessoas
Créditos / pstu.com.ar

Apesar da forte chuva que se fez sentir esta quarta-feira na capital do país centro-americano, trabalhadores de diversos sectores e representantes de várias organizações sociais marcharam pelas principais avenidas da cidade.

A Grande Marcha, como foi designada, realizou-se no 17.º dia da greve geral convocada por tempo indeterminado contra o projecto legal de Reforço das Finanças Públicas – um plano de reforma fiscal que o Executivo está a promover na Assembleia Legislativa.

A mobilização dirigiu-se precisamente até à sede da Assembleia, onde os dirigentes sindicais pretendiam ser recebidos pelos deputados para lhes expor a sua oposição à reforma fiscal, que contempla a aplicação de novos impostos e que, em seu entender, irão ter grande impacto sobre os trabalhadores, deixando intactos os «interesses dos poderosos».

Sindicatos e organizações sociais insistem na retirada do projecto, que consideram injusto, e defendem o diálogo com o executivo de Carlos Alvarado, no sentido de se analisar a implementação de um plano fiscal «mais justo, solidário e progressivo».

Em relação à manifestação de ontem não foram avançados números, mas os grevistas disseram esperar mais pessoas que na grande manifestação do passado dia 12, quando, de acordo com fontes sindicais, 500 mil manifestantes deixaram claro o seu repúdio pela reforma do governo.

Outro aspecto visível da mobilização foi o «tartaruguismo» [marcha lenta] realizado por centenas de taxistas numa avenida que liga várias províncias da Área Metropolitana a San José, informa a Prensa Latina.

Denúncia de repressão e de violação do direito à greve

A dirigente sindical Carmen Brenes disse que o governo tem estado a limitar os direitos sindicais, nomeadamente no que respeita à contratação de empresas de autocarros para transportar os manifestantes. Brenes denunciou que o governo ameaçou retirar a matrícula e o alvará aos autocarros que transportarem manifestantes para os protestos.

Os sindicatos denunciaram ainda que, antes de começar a manifestação, a Polícia de Trânsito levou a cabo várias acções para impedir a chegada de grevistas à capital.

Neste contexto, as entidades organizadoras da greve e da manifestação desta quarta-feira já anunciaram que vão apresentar queixa do governo costa-riquenho junto de organismos de defesa dos direitos humanos e da Organização Internacional do Trabalho, pelas represálias exercidas sobre participantes na Grande Marcha.

Em comunicado de imprensa, a União Nacional de Empregados da Caixa e da Segurança Social (Undeca), membro da Federação Sindical Mundial, disse que as queixas serão apresentadas pela União Sindical e Social Nacional (USSN), a organização que, desde o passado dia 10 de Setembro, leva a cabo a greve contra a reforma fiscal.

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