Milhares de palestinianos assinalaram hoje o 74.º aniversário do início da Nabka – catástrofe, em árabe –, durante a qual, em apenas dois anos, cerca de 700 mil palestinianos, cerca de 85% da população, foram expulsos dos seus lares por milícias sionistas.
Às 12 horas foi observado um silêncio de 74 segundos, após o qual sirenes soaram a partir dos altifalantes das mesquitas e através da rádio. Também os sinos das igrejas asinalaram o trágico evento.
Em Ramallah, na Cisjordânia, segundo a agência palestiniana Wafa, os manifestantes concentraram-se junto ao mausoléu de Yasser Arafat, fundador da organização de Libertação da Palestina (OLP) e desfilaram até à praça Manara, no centro da cidade, onde se realizou um comício que reafirmou o direito dos refugiados e dos seus descendentes a regressarem às suas casas e terra natal.
Gerações sucessivas de palestinianos sucederam-se em campos de refugiados, em território ocupado ou em países limítrofes, naquela que é uma das mais graves situações humanitárias contemporâneas.
Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2015 existiam já mais de 5 milhões de refugiados palestinianos em territórios ocupados e em países limítrofes, dos quais 2 milhões na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, e 3 milhões na Jordânia, na Síria e no Líbano.
«Chega de 74 anos de injustiça e duplos critérios», o lema sob o qual decorreram as comemorações deste ano, caracteriza, segundo a Wafa, uma situação de contínua injustiça infligida ao povo palestiniano pela ocupação israelita, e o falhanço da comunidade internacional em implementar as suas próprias decisões para a resolução do conflito.
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