«Os americanos estão a tirar vantagem das manifestações para os seus próprios interesses», afirmou esta segunda-feira Sayyed Hassan Nasrallah, secretário-geral do movimento de resistência libanês Hezbollah, acrescentando que os EUA ignoram as realidades sociais do Líbano, incluindo a pobreza e o desemprego, para se centrarem apenas na continuidade dos protestos, indica a PressTV.
Num discurso transmitido pela TV, Nasrallah acusou ainda Washington de bloquear o crescimento da economia libanesa, ao impedir, sob a ameaça de sanções, o investimento estrangeiro proveniente de países como a China, a Rússia e o Irão, e ao ameaçar impor sanções e medidas coercivas sobre os participantes – também libaneses – na reconstrução da Síria.
O líder do Hezbollah referiu-se também ao bloqueio, por parte dos EUA, de rotas económicas entre o Líbano e o Iraque através da Síria, uma vez que não permitiu a abertura da fronteira entre al-Bukamal, na província síria de Deir ez-Zor, e a cidade de Husaybah, na província iraquiana de Anbar – «apesar dos apelos repetidos do primeiro-ministro iraquiano, Adel Abdul-Mahdi, nesse sentido».
«Os americanos estão a fazer o melhor que podem para exercer uma pressão económica constante sobre o Líbano», sublinhou, tendo demitido como «infundado e absurdo» o pretexto usado pela administração norte-americana da «influência iraniana no Líbano» – «quando, na realidade, visam acabar com a resistência libanesa», denunciou.
Rússia: EUA promovem o caos no Líbano
O embaixador da Rússia no Líbano, Alexander Zasipkin, atribuiu a crise financeira e económica no país mediterrânico a um plano norte-americano, que visa criar o caos, atingir o Hezbollah e quem se opõe à política da Casa Blanca, indica a Prensa Latina.
Apesar de integrar o Grupo de Apoio Internacional Líbano, composto pelos embaixadores dos cinco estados-membros do Conselho de Segurança da ONU, Washington «prefere a desestabilização» no país, defende o diplomata.
«O seu plano consiste em levar o país para o colapso e a agitação popular», denunciou Zasipkin numa entrevista ao periódico libanês Al Akhbar.
Temendo que o Hezbollah beneficie do colapso económico, «levam a cabo outros movimentos dentro do caos, mantendo o país sob pressão e em crise, para procurar soluções com os seus aliados internos quando estiver à beira do precipício», denunciou.
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