A chegada do material bélico francês à estação ferroviária da cidade de Tapa, na Estónia, foi divulgada num comunicado emitido pelo Ministério da Defesa do país báltico. Nele se detalha a presença de tanques Leclerc, de veículos de infantaria, veículos blindados de transporte e viaturas todo-o-terreno, informa a PressTV.
Este material faz parte do contingente francês do batalhão internacional que a NATO vai manter na Estónia e vem juntar-se aos 50 militares franceses que já se encontravam no país. Em Abril é esperada a chegada de outros 250.
Em meados deste mês, 120 soldados britânicos também chegaram à Estónia – os primeiros de um grupo de 800 militares do Reino Unido a serem enviados para ali. Para o ministro estónio da Defesa, Margus Tsahkna, trata-se de ser capaz de «fazer frente a qualquer tipo de actividade hostil contra a Aliança», segundo refere The Independent.
A expressão mais corrente e cada vez mais comum é «ameaça russa», tal como ficou patente no discurso de boas-vindas do embaixador dos EUA na Polónia, Paul W. Jones, aos militares seus compatriotas que, em Janeiro último, chegaram à base polaca de Zagan: «à medida que cresce a ameaça, aumenta o envio de tropas norte-americanas para a Europa».
Reforço do flanco leste
A decisão de reforçar a presença militar da NATO no Leste da Europa foi tomada no âmbito da Cimeira de Varsóvia, que a Aliança Atlântica realizou em Julho de 2016. No primeiro dia de trabalhos, o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), Jens Stoltenberg, explicou que a Polónia, a Estónia, a Letónia e a Lituânia iriam passar a contar com batalhões «multinacionais», numa base de rotatividade, compostos por 4000 efectivos.
Stoltenberg justificou esta viragem para leste - face à alegada «ameaça russa» – com a necessidade «de demonstrar a força da aliança e de reforçar a sua capacidade dissuasora».
Tratou-se de um reforço, pois, em 2015, a NATO já pusera em andamento a operação «Atlantic Resolve», acusando a Rússia de interferência na Ucrânia, sobretudo no Donbass e na Crimeia, após o golpe fascista promovido pelo Ocidente na Praça Maidan, em Kiev.
Por seu lado, tanto o presidente da Federação Russa, Vladimir Putin, como representantes dos ministérios da Defesa e dos Negócios Estrangeiros têm negado que o seu país constitua uma ameaça para a Europa e denunciado o avanço da NATO para junto das suas fronteiras, sublinhando que o reforço de meios e as manobras militares da NATO põem em causa a sua segurança e soberania.
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