As últimas 48 horas foram marcadas pelo recrudescimento da repressão sobre os representantes do povo catalão, com a prisão de quatro dos seis membros da Generalitat (governo regional) que tinham sido libertos em Dezembro: Dolors Bassa, Raül Romeva, Josep Rull e Jordi Turull – este último era o candidato apoiado pelo PDeCat e pela ERC (principais forças independentistas no Parlament) a ocupar a presidência do governo.
Esta manhã, o advogado de Carles Puigdemont confirmou que este foi detido na Alemanha, quando fazia uma viagem entre a Finlândia e a Bélgica, onde vive desde o final do ano passado, para evitar a prisão. Um dos obstáculos à concretização da ordem de captura europeia e sucessiva extradição era a inexistência dos crimes de que é imputado no ordenamento jurídico belga. Na Alemanha, existe o crime de alta traição, equivalente à rebelião de que é acusado em Espanha, mas que exige actos violentos. Uma jurista consultada pelo diário catalão Ara considera improvável que a extradição venha a ocorrer.
Recorde-se que permanecem encarcerados os «dois Jordis» – Cuixart e Sánchez –, presidentes das associações Òmnium Cultural e Assembleia Nacional Catalã, desde 16 de Outubro, e Joaquim Forn, conselheiro do Interior, e Oriol Junqueras, vice-presidente da Generalitat e presidente da ERC (Esquerda Republicana da Catalunha). Para evitar a previsível detenção, a secretária-geral do partido, Marta Rovira, abandonou o país na sexta-feira.
Ao todo, o Supremo Tribunal espanhol aceitou a acusação de 25 líderes políticos e sociais catalães por crimes que vão da rebelião à desobediência, incluindo figuras de relevo da ERC, da CUP – Candidatura de Unidade Popular (Anna Gabriel e Mireia Boya), todos os membros da Generalitat depostos por Madrid a 28 de Outubro e, para além de Forcadell, todos os membros da mesa do Parlament indicados pelo PDeCat, pela ERC e o comunista Joan Josep Nuet.
De fora dos acusados ficaram o ex-presidente da Generalitat e, até Janeiro, do PDeCat (direita independentista), Artur Mas, a actual presidente do partido, Neus Munté, e a coordenadora-geral, Marta Pascal.
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