O MPLA venceu as eleições gerais de Angola com 51,07%, seguido da UNITA com 44,05% dos votos, divulgou a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) de Angola, quando estavam escrutinadas 97,3% das mesas de voto.
Na província de Luanda, a UNITA surge destacada à frente com 62,93% dos votos contra apenas 33,06% do MPLA, quando estão contabilizados 77,9% dos votos. A Unita vence também nas províncias do Zaire e de Cabinda.
Os resultados provisórios foram divulgados quinta-feira pelo porta-voz da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), Lucas Quilundo, numa altura em estavam escrutinadas 97,3% das mesas de voto, pelo que não deverá haver alterações substanciais, adiantou.
O Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) elege 124 deputados e a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) fica com 90 assentos parlamentares.
A histórica Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), o Partido de Renovação Social e o estreante Partido Humanista de Angola, único liderado por uma mulher (Bela Malaquias) elegem dois deputados cada um e a coligação CASA-CE deixa de ter representação parlamentar.
Em declarações ao Público, o porta-voz do MPLA, Rui Falcão, sublinha a vitória do partido do governo em quase todas as províncias e no cômputo nacional: «É sempre uma vitória eleitoral, naturalmente gostaríamos de ter um resultado substancialmente melhor, mas a democracia é isso mesmo e o veredicto é popular. Por isso, temos de aceitar os resultados.»
Falcão garante que a maioria absoluta permite ao Presidente João Lourenço prosseguir a sua política de forma tranquila no segundo mandato, com abertura para o diálogo com a oposição.
«Nós sempre estivemos abertos ao diálogo. Aliás, vimos de uma maioria qualificada, fizemos alterações à Constituição com apoio total dos partidos da oposição, fruto de negociações que foram feitas.», disse ao diário português.
A UNITA quer ganhar as próximas eleições
Um dirigente do principal partido de oposição angolana Anastácio Sicato admitiu, ao Público, que o seu partido está preparado para aceitar a derrota, se assim for a conclusão a que chegarem no fim da sua contagem paralela – «as actas são as mesmas, o que é normal é que cheguemos aos mesmos resultados».
Mesmo que esse resultado não seja suficiente para garantir a vitória a nível nacional este ano, a UNITA conta com esta grande base eleitoral na província de Luanda – 62,59% a 33,31%, de acordo com a contagem oficial; 66,33% a 30,87 na contabilização do partido ainda preliminar do partido – para daqui a cinco anos chegar mesmo ao poder: «Estamos em crescendo desde 2008 e daqui até as próximas eleições não vamos ver essa tendência a inverter-se».
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