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Seminário na Venezuela condena o «novo holocausto do século XXI» na Palestina

Especialistas de uma dezena de países participaram no Seminário Internacional «Um novo holocausto no século XXI: o sionismo ameaça o mundo», que terminou sexta-feira em Caracas.

Jorge Elbaum, José Steinsleger e Breno Altman participam num dos painéis do Seminário, em Caracas Créditos / @Celarg

O evento, de dois dias, realizou-se no Centro de Estudos Latino-americanos e das Caraíbas Rómulo Gallegos (Celarg), na capital venezuelana, onde cerca de uma dezena de investigadores, docentes, jornalistas, diplomatas e outras personalidades analisaram, debateram e condenaram o genocídio do povo palestiniano perpetrado pela entidade sionista na Faixa de Gaza cercada há 17 anos.

Uma nota final, emitida na conclusão do seminário, repudia o silêncio das instâncias internacionais e faz um apelo à solidariedade com o povo palestiniano, à denúncia dos crimes que Israel está a cometer na Palestina e à busca de soluções.

O texto, que deverá ser entregue ao presidente venezuelano, Nicolás Maduro, exorta os países do mundo a construir uma grande aliança anti-imperialista, de modo a «elevar os níveis de organização, luta e unidade do movimento anti-imperialista e anti-sionista», indica a Prensa Latina.

A declaração final afirma que o Estado de Israel, recorrendo à ideologia sionista, surgiu como expressão do processo de expansão do sistema capitalista mundial.

O advogado argentino Gabriel Albarracín, o activista chileno Esteban Silva-Cuadra e o médico e jornalista colombiano Víctor de Currea-Lugo durante os trabalhos do Seminário / @Celarg

Denuncia ainda que a ocupação do território palestiniano há 75 anos teve lugar com o objectivo de criar um enclave que «garanta o controlo dos recursos energéticos da Ásia Ocidental».

Só a consciência dos povos evitará o desenlace terrível

Ao intervir esta sexta-feira no encontro organizado pelo Celarg, o ministro venezuelano da Cultura, Ernesto Villegas, afirmou que o seu país defende «a paz e o fim da agressão genocida contra o povo da Palestina».

Por seu lado, o embaixador do Irão em Caracas, Hojjatollah Soltani, afirmou que a causa da Palestina «toca hoje a alma de qualquer ser humano».

Já o presidente do Celarg, Pedro Calzadilla, referiu que «só a consciência dos povos evitará o desenlace terrível, o maior holocausto jamais imaginado» – que poderá dar-se «se não libertarmos as consciências para travar a máquina de guerra em movimento».

«Comunicação social deve saber o que significa a ocupação da Palestina por Israel»

Ao longo dos dois dias do Seminário, tiveram lugar quatro painéis. «Identidades Judias e Israel» contou com a participação dos jornalistas e escritores Jorge Elbaum (Argentina), José Steinsleger (México) e Breno Altman (Brasil).

O advogado Gabriel Albarracín (Argentina), o activista Esteban Silva-Cuadra (Chile) e o médico e jornalista Víctor de Currea-Lugo (Colômbia) intervieram em «Israel, entidade ilegal criada artificialmente».

Intervenientes no painel «A agressão em Gaza viola o direito internacional» / @Celarg

No painel «A causa palestiniana, causa da resistência» participaram o investigador Ángel Tortolero (Venezuela), a professora e investigadora Yanelexy Soto (Cuba) e o jornalista Carlos Almeida (Brasil).

Já «A agressão em Gaza viola o direito internacional» contou com a participação da escritora e advogada Ana Cristina Bracho (Venezuela), da activista e investigadora Ermelinde Malcotte (Bélgica) e da constitucionalista Olga Álvarez (Venezuela). 

Esta destacou a necessidade de que a comunicação social saiba «o que significa a ocupação ilegal de Israel há mais de 75 anos em território palestiniano».

Por seu lado, Malcotte referiu-se ao «fracasso do projecto europeu» e à «incapacidade dos EUA para enfrentar a Rússia, a China e o Irão», pontos que, em seu entender, «redimensionam as possibilidades do povo palestiniano».

Em declarações à TeleSur, defendeu que «a base de análise é o imperialismo». «Se há sionistas, é porque os imperialistas queriam conquistar e dominar a região hoje em dia denominada Ásia Ocidental, o Médio Oriente», disse.

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