No passado dia 20, os habitantes da capital paranaense, em particular os funcionários municipais, já tinham deixado clara a sua discordância com o Plano de Recuperação da Prefeitura de Curitiba, apresentado pelo prefeito, Rafael Greca (do Partido da Mobilização Nacional), tendo ocupado a Câmara de Vereadores e forçado a suspensão da sua votação.
As organizações representativas dos trabalhadores municipais denunciam que os projectos de lei conhecidos como o «pacotaço do Greca» retiram direitos conquistados, nomeadamente por estabelecerem um limite de despesas, aumentarem a percentagem de contribuição dos funcionários para o sistema de Previdência e por congelarem a progressão na carreira.
Ontem, cerca de 7000 manifestantes concentraram-se no Parque São Lourenço, seguindo depois a pé até à Ópera de Arame, teatro e ponto turístico da cidade para onde a votação do «pacotaço» foi levada, por questões de segurança e por sugestão da Secretaria de Segurança Pública do Paraná, indica o Brasil de Fato.
Apesar de cercado por mil efectivos da polícia, os manifestantes tentaram ocupar o edifício da Ópera de Arame e, como reposta, «foram brutalmente atacados pela cavalaria e pelas tropas de choque da Polícia Militar».
A polícia recorreu a bombas de gás lacrimogéneo, gás de pimenta e balas de borracha. De acordo com informações divulgadas pelo Sindicato dos Servidores Municipais de Curitiba (Sismuc), dez pessoas foram hospitalizadas – três delas em estado grave. Um trabalhador foi atingido na cabeça por uma bala de borracha e recebeu os primeiros socorros no local.
Ao Brasil de Fato, Patrícia da Rosa Mendonça Machado, directora da Associação dos Servidores Municipais de Curitiba (Asmec), manifestou-se «indignada» com o que se passou nesta segunda-feira em Curitiba, no Sul do Brasil, tendo referido que «a precarização dos serviços públicos [é] outra forma de ataque aos trabalhadores».
Jociane Silva, professora, também criticou a administração municipal: «Isto que está acontecendo aqui é um assalto aos direitos dos servidores públicos. Sem serviço público de qualidade, quem vai padecer é a população», alertou.
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