O ministro palestiniano dos Negócios Estrangeiros, Riyad al-Maliki, anunciou esta segunda-feira que o seu país irá interpor acções no Tribunal Internacional de Justiça contra qualquer país que, motivado pelo plano recente anunciado por Israel, mude a sua embaixada neste país de Telavive para Jerusalém ocupada, refere a TeleSur.
No domingo passado, um jornal israelita noticiou que o ministro dos Negócios Estrangeiros, Yisrael Katz, está a preparar um plano, num valor que ronda os 15 milhões de dólares, para «incentivar» países a mudar as suas embaixadas para Jerusalém.
«Esta nova medida é mais uma prova do fiasco da política de Israel para levar a que os países reconheçam o seu domínio sobre Jerusalém», disse Al-Maliki, citado pela TeleSur.
O diplomata palestiniano acrescentou que «este apelo mostra como o governo israelita insiste em recorrer à chantagem política e à exploração das necessidades de alguns países para que alterem a sua posição relativamente às resoluções das Nações Unidas que afirmam que Jerusalém Oriental é parte integrante do território palestiniano ocupado desde 1967».
Al-Maliki, que se mostrou confiante no fracasso do plano «eleitoralista» de Katz, sublinhou que ele terá o mesmo destino das constantes tentativas norte-americanas e israelitas de levar os estados a deixar se seguir o direito e a legalidade internacionais.
«Reforçar a soberania de Israel» sobre Jerusalém
O plano anunciado, ainda não aprovado pelo executivo israelita, foi caracterizado por Katz como «um objectivo estratégico, nacional e diplomático de primeira ordem».
À imprensa israelita, Katz sublinhou a necessidade de «reforçar a soberania de Israel sobre Jerusalém», dando a entender que o facto de apenas dois países terem mudado, até ao momento, as suas embaixadas de Telavive para Jerusalém – EUA e Guatemala – fica aquém do esperado.
O estatuto de Jerusalém – e de Jerusalém Oriental – é um elemento fulcral para os palestinianos, que viram a cidade ser ocupada na guerra de 1967. Em 1980, Israel declarou a cidade como a sua capital indivisível, mas tal passo não foi reconhecido pela comunidade internacional.
Os defensores da tese dos dois estados advogam que a Palestina terá Jerusalém Oriental como sua capital. No entanto, Israel tem em curso a judaização, colonização e anexação progressiva da cidade, que ganhou intensidade após o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel pela administração norte-americana, em Dezembro de 2017.
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