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Pobreza laboral entre os jovens ronda os 20% em Espanha

Num relatório publicado esta segunda-feira, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) considera «especialmente grave» a situação dos trabalhadores jovens, uma vez que, apesar de terem um emprego, não obtêm recursos suficientes para ter uma vida digna.

A OIT defende que, para lidar com o desafio do trabalho entre os jovens, é necessário criar emprego de qualidade
Créditos / un.org

No relatório «Tendências mundiais do emprego juvenil 2017», ontem publicado, o organismo internacional alerta para a elevada taxa de trabalhadores jovens (15-24 anos) em situação de pobreza em países desenvolvidos, nomeadamente na União Europeia (UE).

O informe considera especialmente grave os casos de Espanha ou da Grécia, «onde o risco de pobreza entre trabalhadores jovens é de quase 20%», uma taxa superior em oito pontos percentuais à média dos 28 da UE.

O aumento do número de trabalhadores jovens em risco de pobreza – que auferem rendimentos inferiores a 60% do salário médio – está relacionado com a falta de emprego de qualidade e a precariedade.

Para a OIT, o desafio do trabalho entre os jovens «não consiste apenas em criar empregos», mas reside também na «qualidade do trabalho e do emprego» gerados.

71,1 milhões de jovens desempregados em 2018

O relatório da OIT estima que, em 2018, haja mais 200 mil jovens desempregados em todo o mundo relativamente a este ano, situando-se nos 71,1 milhões – o que representa uma taxa de desemprego de 13,1% neste sector da população.

A nível europeu, a taxa de desemprego jovem deve situar-se nos 17,8%, quatro décimas abaixo do que o organismo das Nações Unidas aponta para este ano: 18,2%.

A OIT destaca ainda a «drástica» diminuição da participação dos jovens na força de trabalho nos últimos 20 anos – de 55%, em 1997, para 45,7%, na actualidade. Trata-se de menos 35 milhões de jovens a participar na força de trabalho, apesar de, nestas duas décadas, a população juvenil ter aumentado em 139 milhões de pessoas.

Ao mesmo tempo, a OIT salienta que 76,7% dos jovens trabalhadores desenvolvem uma actividade no chamado trabalho informal – marcado pela precariedade, a insegurança, a falta de direitos e de protecção – face a 57,9% dos trabalhadores adultos.

Para os trabalhadores com menos de 25 anos, as possibilidades de ter um emprego temporário são o dobro das dos trabalhadores de outras faixas etárias mais elevadas, de tal modo que, «com frequência, iniciam a sua vida laboral em empregos temporários sabendo que é possível nunca chegarem a obter segurança no trabalho», denuncia a OIT.

Neste cenário, o organismo das Nações Unidas considera necessário investir mais na Educação de qualidade, «uma vez que o documento constata que, quanto mais tempo uma pessoa estuda, mais breve será o seu período de transição até ao emprego».

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