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Protestos contra privatizações nas Honduras mantêm-se há um mês

As acções de protesto que estudantes, docentes e trabalhadores da Saúde realizam há um mês nas Honduras intensificaram-se esta quinta-feira, depois de fracassada a tentativa de diálogo com o governo.

As mobilizações contra a privatização da Saúde e da Educação nas Honduras já duram há um mẽs
Créditos / ellibertador.hn

Com o lema «Não há diálogo se não se revogam os decretos», milhares de estudantes e trabalhadores mantêm-se decididos a dar continuidade às manifestações e paralisações, com o intuito de levar o governo de Juan Orlando Hernández a anular a legislação recentemente aprovada no que respeita aos sectores da Saúde e da Educação.

Apesar de a Lei de Reestruturação e Fortalecimento da Saúde e da Educação, tal como proposta pelo governo hondurenho, ter sido retirada do Congresso Nacional, os sindicatos afirmam que os decretos aprovados visam limitar o direito da população aos serviços públicos essenciais e permitir o despedimento «massivo» dos funcionários públicos na Educação e na Saúde.

Esta quinta-feira, quando os protestos contra as medidas privatizadoras no país centro-americano cumpriam quatro semanas, enfermeiros, médicos e estudantes de Medicina concentraram-se frente à Secretaria da Saúde, exigindo a revogação das medidas gravosas e o respeito pelos direitos laborais.

«Estamos aqui e aqui vamos continuar até que o governo revogue esses decretos», declarou à imprensa, citada pela Prensa Latina, a presidente do Colégio Médico das Honduras (CMH), Suyapa Figueroa.


A médica e dirigente sindical sublinhou a unidade dos trabalhadores, face às tentativas de os dividir, tendo reafirmado que vão defender os seus direitos, lutar contra «a privatização do sistema em benefício de uns quantos privados» e defender a «saúde como um direito humano universal e gratuito».

Por seu lado, centenas de estudantes do Ensino Secundário e Superior uniram-se aos professores em protestos por todos o país, refere a Prensa Latina, que, tal como o Confidencial HN, dá conta de ruas cortadas e pneus queimados pelos manifestantes em Tegucigalpa, onde a Polícia voltou a actuar de forma violenta.

As organizações representativas dos docentes afirmam que a nova legislação põe em causa o seu estatuto, permite ao governo efectuar «despedimentos massivos de funcionários» e vai «alimentar a precariedade laboral». Sublinham, além disso, que não voltam à mesa de negociações até que as suas exigências sejam ouvidas e os decretos anulados.

Nos plenários que realizaram, os docentes decidiram «continuar nas ruas», dando sequência aos protestos iniciados no final de Abril contra uma legislação que designam como «lei do massacre laboral».

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