Para esta quinta-feira, a oposição convocou novas mobilizações de protesto contra o governo do Haiti, nas quais está prevista uma homenagem a Jean-Jacques Dessalines, que declarou a independência do país a 1 de Janeiro de 1804.
No dia em que assinala o 213.º aniversário da morte do «pai da pátria», a manifestação na capital, Porto Príncipe, deve começar em Pont Rouge, na medida em que ali se encontra um busto do primeiro governante haitiano.
Depois de depositarem flores ali e na praça Champs de Mars, os manifestantes vão voltar a exigir a renúncia do presidente haitiano, Jovenel Moïse, e a sua substituição por uma administração transitória que «possibilite uma mudança no sistema político», afirmaram os organizadores, citados pela Prensa Latina.
No âmbito de cinco semanas consecutivas de protestos, escolas, lojas, administração pública e empresas fecharam as portas. Moïse, que esteve três semanas sem aparecer em público, deu uma conferência de imprensa na terça-feira passada, na qual defendeu que «seria irresponsável» renunciar ao cargo no meio da agitação que o país atravessa e fez uma apelo ao diálogo, refere a TeleSur.
No entanto, a oposição recusou este apelo e insistiu na demissão imediata e sem condições do presidente, afirmando que este carece de «autoridade» para se manter no cargo e defendendo a criação de uma comissão com vista à transferência do poder para se começar a perfilar o novo governo.
Nas ruas, as forças policiais têm respondido com grande repressão às manifestações massivas da população, que acusa Moïse de corrupção e de ser responsável pela grave crise social e económica que se vive no país. De acordo com a agência Sputnik, pelo menos 150 pessoas foram mortas e cerca de 650 ficaram feridas na sequência dos disparos efectuados pela Polícia nos protestos.
Os organizadores pedem uma mudança estrutural no Haiti, que possibilite aos quase 12 milhões de habitantes o acesso a serviços básicos como a saúde, educação e emprego. Propõem ainda a realização de uma Conferência Nacional e do julgamento dos corruptos e responsáveis por malversação de fundos do tesouro público, culpados de um desfalque de cerca 4000 milhões de dólares.
No meio da agitação política, das mobilizações e da violência nas ruas, o Conselho de Segurança da ONU deu por concluída a missão que alegadamente contribuía para manter a paz no Haiti, que durou 15 anos.
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